Saiba como as aéreas americanas estão reagindo à redução de voos imposta pelo FAA
Companhias foram solicitadas pela Administração Federal de Aviação a reduzir o número de voos em alguns dos aeroportos mais movimentados dos EUA

O bloqueio do orçamento dos Estados Unidos - chamado de shutdown - causado por falta de acordo político - causará milhares cancelamentos de voos já a partir desta desta sexta-feira (7). Passageiros que forem viajar nos próximos dias precisam ficar atentos aos seus itinerários pois as companhias aéreas receberam instruções para reduzir o número de voos nos principais aeroportos do país. A redução no número de voos foi a forma que o governo optou para amenizar a pressão sobre o Controle de Tráfego Aéreo que, em condições normais já sofria com a demanda por profissionais. Sem receber salários, muito controladores deixaram de comparecer ao trabalho, aumentando a pressão no país com o maior tráfego aéreo do mundo. Nos últimos dias, terminais como o aeroporto internacional de Houston registram filas de mais de 3 horas de duração no embarque, por conta do reduzido número de funcionários federais da TSA, órgão responsável pelas verificações de segurança no transporte em todo o país.
A paralisação do governo fez com que a Administração Federal de Aviação (FAA) emitisse uma diretiva para reduzir o número de voos em 10% em 40 dos mercados mais movimentados do país.
Embora a lista seja limitada, é provável que aeroportos em todo o país sejam afetados, já que a maioria das companhias aéreas opera uma rede de voos do tipo “hub-and-spoke”, uma estrutura onde uma “base” central serve como ponto principal para uma rede de “raios” que se ramificam para outros destinos.
Isso poderia representar o cancelamento de até 1.800 voos por dia, segundo estimativa da Cirium, empresa de análise de dados da aviação. Algumas companhias aéreas já começaram a emitir isenções, oferecendo mais flexibilidade aos passageiros, mesmo que não sejam diretamente afetados. Empresas como a Delta, United e American Airlines devem oferecer isenção em taxas de remarcação de voos. Reembolsos integras também estão previstos.
A página de viagens Nerd Wallet publicou um resumo do que as companhias aéreas americanas disseram sobre como planejam implementar a diretiva de redução de voos, além de oferecer dicas:
United Airlines
Os voos internacionais de longa distância e as conexões entre hubs da United permanecerão inalterados, de acordo com um comunicado do CEO da United, Scott Kirby, aos funcionários. Isso significa que, se você estiver viajando para a Europa, Ásia, África e partes da América do Sul, seus voos não serão afetados. Os voos entre os principais aeroportos da United em São Francisco, Los Angeles, Denver, Washington, Houston e Newark, Nova Jersey, continuarão conforme programado.
“Em vez disso, concentraremos nossas reduções de voos em voos regionais e voos domésticos de longa distância que não fazem conexão entre nossos principais centros de operações”, disse ele na nota.
Os clientes afetados serão notificados pelo aplicativo e site da United, onde poderão ver as opções de remarcação. Passageiros que optarem por não viajar — mesmo que seus voos não sejam afetados — têm direito a reembolso, incluindo aqueles com passagens não reembolsáveis e tarifas da classe econômica básica.
Delta Air Lines
A companhia aérea sediada em Atlanta afirmou que planeja cumprir a diretiva de redução de voos, embora espere que a grande maioria de seus voos programados opere normalmente. Assim como a United, afirmou que seu serviço internacional de longa distância não será afetado pelos cortes.
Todos os passageiros da Delta podem alterar, cancelar ou solicitar reembolso de suas passagens sem penalidade durante esse período, mesmo que estejam viajando na classe econômica básica.
American Airlines
A American Airlines afirmou que planeja entrar em contato proativamente com os clientes cujas viagens foram afetadas pelos cortes. A empresa também pediu aos legisladores que “cheguem a uma resolução imediata para encerrar a paralisação”.
“Esperamos que a grande maioria das viagens de nossos clientes não seja afetada”, afirmou a companhia aérea em comunicado. O tráfego internacional de longa distância permanecerá inalterado.
Os clientes que decidirem não viajar durante esse período podem alterar ou cancelar seu voo sem penalidades.
Southwest Airlines
A Southwest afirmou que está avaliando como as reduções afetarão sua programação e que comunicará proativamente aos clientes assim que possível.
Se o seu voo da Southwest for cancelado, a companhia aérea geralmente fará uma nova reserva automaticamente para outro voo. Se o seu voo for cancelado e você decidir não viajar, terá direito a um reembolso.
Frontier Airlines
A companhia aérea de baixo custo afirmou que a maioria dos voos da Frontier deve operar conforme o programado, apesar das reduções, mas também divulgou uma política de viagens flexível para passageiros que viajarem durante esse período e desejarem alterar ou cancelar seus planos de viagem.
A política inicial é válida para viagens entre 6 e 12 de novembro de 2025 e isenta a taxa de alteração ou cancelamento. Você ainda precisará pagar qualquer diferença de tarifa se estiver alterando para um voo mais caro e receberá um crédito de viagem se decidir cancelar.
O que fazer se você for viajar em breve
Fique atento a mudanças. Se você vai viajar em um voo doméstico nos próximos dias, acompanhe seu itinerário de perto para verificar se houve alguma alteração. Embora os passageiros de voos internacionais pareçam menos propensos a serem afetados, não se esqueça de que você pode estar em risco se precisar fazer uma conexão em um voo doméstico para chegar ao aeroporto de partida do seu voo internacional.
Para quem vai viajar com mais de uma semana de antecedência, é útil estar ciente do que está acontecendo, mas não entre em pânico ainda. Em 2019, uma paralisação do governo que durou 35 dias terminou pouco depois de atrasos causados pela ausência de controladores aéreos terem interrompido temporariamente o tráfego no aeroporto LaGuardia, em Nova York.
Esses grandes impactos nas viagens aéreas podem levar os legisladores a encerrar a paralisação, embora isso ainda esteja por se ver.
Aproveite as isenções. As companhias aéreas já começaram a emitir isenções de viagem para oferecer flexibilidade aos passageiros, mas estas são válidas apenas por um período limitado. Por exemplo, a isenção de viagem da United é válida para viagens entre 6 e 13 de novembro. Se seus voos forem posteriores, você precisará aguardar uma prorrogação para alterá-los ou cancelá-los gratuitamente, conforme previsto na isenção.
Lembre-se de que as isenções geralmente só são válidas se você comprar sua passagem antes de uma determinada data. Se você comprar as passagens depois dessa data, sua viagem pode não ser elegível.
Prepare-se para longas filas nos postos de segurança. Se você possui o TSA PreCheck, verifique se a sua companhia aérea oferece o programa Touchless ID no aeroporto de onde você está partindo. Trata-se de um programa opcional para viajantes elegíveis que utilizam o cartão de embarque digital, e que dá acesso a uma fila exclusiva da TSA, o órgão americano responsável pela segurança no transporte, o que pode agilizar o processo de segurança no aeroporto.
Você também pode querer chegar mais cedo do que o normal, caso as filas estejam mais longas do que o esperado. Isso pode ser útil, especialmente porque os agentes da TSA também estão trabalhando sem receber salário devido à paralisação do governo.
Faça um plano B. Para maior tranquilidade, considere reservar voos alternativos reembolsáveis em outra companhia aérea usando pontos ou milhas. A maioria dos programas de milhagem dos EUA permite o cancelamento gratuito de voos-prêmio, desde que seja feito antes da partida. Se estiver reservando com a Delta, evite tarifas básicas de prêmio, pois estas geralmente têm uma taxa de cancelamento.
Se possível, considere meios de transporte alternativos para chegar ao seu destino, como carro, trem ou ônibus.
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