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Luiz Fara Monteiro
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Segurança na aviação adia mais uma vez implantação do 5G nos EUA

No Brasil, Embraer fará estudos sobre eventuais interferências da tecnologia nos radioaltímetros, aparelhos vitais para a segurança aeronáutica 

Luiz Fara Monteiro|Do R7

Tecnologia 5G: Polêmica sobre segurança de voo
Tecnologia 5G: Polêmica sobre segurança de voo

A polêmica em torno da implantação da tecnologia 5G ganha novos capítulos a cada dia. No início da semana, os dois gigantes de telecomunicações sem fio dos Estados Unidos anunciaram um acordo para adiar — pela segunda vez — o início das operações nos Estados Unidos. 

A Verizon Communications e a AT&T Inc concordaram em adiar em duas semanas a implantação do espectro sem fio da banda C, para evitar um impasse com a segurança da aviação que ameaçava interromper voos a partir desta semana, diz a Reuters.

As empresas de telecomunicação enfrentaram pressão da Casa Branca, companhias aéreas e sindicatos da aviação para atrasar a implantação em meio a preocupações sobre a potencial interferência do 5G em aparelhos eletrônicos sensíveis, como radioaltímetros, que poderia interromper os voos.

O acordo adia a data de implantação para 19 de janeiro. A Verizon disse que o atraso "promete a certeza de trazer a esta nação nossa rede 5G revolucionária em janeiro". A AT&T disse que concordou com o atraso a pedido do secretário de Transportes, Pete Buttigieg.

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"Sabemos que a segurança da aviação e o 5G podem coexistir e estamos confiantes em que mais colaboração e avaliação técnica resolverão quaisquer problemas", disse a AT&T.

Nas próximas duas semanas, reguladores, companhias aéreas e operadoras sem fio buscarão maneiras de minimizar o impacto potencial da interferência nas operações de vôo.

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A Administração Federal de Aviação (FAA) elogiou as operadoras sem fio que concordaram com o atraso e as medidas de segurança que ofereceram. "Esperamos usar o tempo e o espaço adicionais para reduzir as interrupções de vôo associadas a esta implantação 5G", disse a FAA. Na manhã de segunda-feira, grupos que representam companhias aéreas, fabricantes de aeronaves e aeroportos dos EUA pediram à Casa Branca que interviesse para atrasar o uso por operadoras sem fio do espectro da banda C para 5G, que as operadoras ganharam em um leilão governamental de US$ 80 bilhões.

O atraso veio depois que os executivos-chefes da AT&T e da Verizon rejeitaram no domingo um pedido para adiar a introdução planejada para 5 de janeiro do novo serviço sem fio 5G por questões de segurança da aviação, mas ofereceram adotar temporariamente novas salvaguardas.

Buttigieg e o chefe da FAA, Steve Dickson, pediram ao CEO da AT&T, John Stankey, e ao CEO da Verizon, Hans Vestberg, na sexta-feira um atraso de até duas semanas.

Em dezembro, a FAA alertou que a interferência do uso planejado do espectro sem fio 5G representava um risco à segurança aérea e poderia resultar em desvios de voos. Mas ainda não havia emitido notificações formais que descrevessem melhor os impactos potenciais.

Em novembro, a AT&T e a Verizon concordaram em atrasar o lançamento comercial do serviço sem fio de banda C por 30 dias, até 5 de janeiro, e adotar temporariamente algumas salvaguardas.

Sara Nelson, presidente da Association of Flight Attendants-CWA, que representa 50.000 comissários de bordo em 17 companhias aéreas, disse no Twitter que "se atrasar a entrega de remédios a hospitais e residências", a Verizon seria a responsável.

"Se os passageiros ficarem presos, agradeça a @Verizon", disse Nelson. "O incentivo deles é o dinheiro. Nosso incentivo é a segurança. É a forma mais pura de lucro sobre as pessoas."

No domingo, as empresas sem fio disseram que não implantariam 5G nos aeroportos por seis meses e afirmaram que as salvaguardas empregadas eram iguais às implantadas na França, mas rejeitaram qualquer limitação mais ampla ao uso do espectro da banda C. Essa zona de exclusão em torno dos aeroportos não é tão grande quanto a FAA deseja.

O grupo comercial Airlines for America, que representa American Airlines (AAL.O) , FedEx (FDX.N) e outras operadoras, pediu à Federal Communications Commission que suspendesse a implantação em torno de muitos aeroportos, avisando que milhares de voos poderiam ser interrompidos diariamente.

No Brasil, a Embraer anunciou a realização de pesquisas sobre possíveis influências do 5G nos sistemas de aviação do país. 

Por aqui a preocupação é menor porque a faixa a ser utilizada, de acordo com o leilão do 5G, é a de 3,5 GHz, que opera entre 3,3 GHZ e 7,7 GHz. No Estados Unidos, a selecionada é a que compreende 3,7 e 3,98 GHz. A radionavegação aeronáutica opera na faixa de 4,2 GHz a 4,4 GHz.

"O 5G no Brasil está afastado em pelo menos 500 MHz da frequência de operação desses equipamentos, enquanto nos Estados Unidos é de pouco mais de 200 MHz", disse o conselheiro da Anatel Moisés Moreira ao Estadão.

Os radioaltímetros são aparelhos que utilizam o reflexo, no solo, das ondas de rádio emitidas por uma aeronave, para determinar sua altura num momento considerado.

Uma interferência no sinal do radioaltímetro pode influir na manobra das aeronaves em estágios delicados como aproximação de pouso, por exemplo. 

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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