Biotecnologia impulsiona produtividade e sustentabilidade no agro brasileiro
Na ABIM 2025, Cogny apresentou soluções biotecnológicas e reforçou o Brasil como referência global em inovação agrícola

A biotecnologia vem transformando o agronegócio brasileiro e mundial, trazendo soluções sustentáveis que unem produtividade, eficiência e redução de impactos ambientais. Durante a Annual Biocontrol Industry Meeting (ABIM 2025), realizada em Basiléia, na Suíça, o Brasil esteve representado pela Cogny, ecossistema que reúne algumas das principais empresas do setor, como Simbiose, Bioma e Biagro.
Nesta entrevista exclusiva ao Mundo Agro, Jair A. Swarowsky, vice-presidente Comercial e de Marketing da Cogny, falou sobre o papel da biotecnologia no campo, o protagonismo do Brasil e as oportunidades que o setor oferece para produtores e consumidores.
Mundo Agro – Por que a biotecnologia se tornou fundamental no agro?
Jair A. Swarowsky – Biotecnologia, no campo, significa usar micro-organismos — como bactérias, fungos e vírus — para ajudar a planta a crescer melhor, resistir a pragas e aproveitar melhor os nutrientes do solo. Ela é uma alternativa mais natural e sustentável aos produtos químicos tradicionais. O que antes era visto como uma aposta de futuro hoje é uma necessidade: o agro precisa produzir mais, com menos impacto ambiental e custos menores.
Mundo Agro – E como isso chega ao dia a dia do produtor rural?Jair A. Swarowsky – Para o agricultor, a biotecnologia significa eficiência. Um insumo biológico de qualidade pode reduzir o uso de defensivos químicos, aumentar a produtividade por hectare e até melhorar a saúde do solo a longo prazo. Em culturas como soja e milho, por exemplo, isso pode representar toneladas a mais por safra e menor gasto com insumos importados.
Mundo Agro – O Brasil tem destaque nesse setor?
Jair A. Swarowsky – Sim. O Brasil é hoje um dos maiores polos de biotecnologia agrícola do mundo. A Cogny, por exemplo, reúne marcas como Simbiose, Bioma e Biagro, com capacidade produtiva superior a 40 milhões de quilos/litros de bioinsumos por ano e centros de pesquisa e fermentação que são referência global. É uma escala que permite atender desde pequenos produtores até grandes grupos agrícolas com a mesma eficiência.
Mundo Agro – Por que uma empresa brasileira decidiu levar suas soluções para a Suíça?
Jair A. Swarowsky – A Suíça sedia a ABIM, o maior evento mundial de controle biológico. A participação da Cogny mostra que o Brasil deixou de ser apenas um mercado consumidor de tecnologia — agora também é exportador de inovação. A presença do ecossistema na feira reforça o papel do país como parceiro estratégico, capaz de oferecer soluções prontas para produtores de outras partes do mundo.
Mundo Agro – Que tipo de vantagem essa biotecnologia traz para o consumidor final?
Jair A. Swarowsky – Produtos cultivados com apoio da biotecnologia tendem a ser mais sustentáveis, com menor uso de químicos e melhor aproveitamento dos recursos naturais. Isso significa alimentos mais seguros, cadeias produtivas mais limpas e um impacto ambiental menor — benefícios que chegam até quem compra o alimento no supermercado.
Mundo Agro – Há também uma questão de competitividade, certo?
Jair A. Swarowsky – Exatamente. Ao reduzir custos e a dependência de insumos importados, o produtor se torna mais competitivo — e isso influencia toda a cadeia de preços. A biotecnologia ajuda o agro brasileiro a manter alta produtividade mesmo diante de variações de clima e câmbio. Ou seja, ela é uma ferramenta de soberania econômica e tecnológica.
Mundo Agro – O que vem pela frente para o setor?
Jair A. Swarowsky – A expectativa é que o mercado de bioinsumos no Brasil ultrapasse US$ 3 bilhões até o fim da década, segundo a DunhamTrimmer. É um movimento irreversível: o futuro do agro passa pela biotecnologia. E o Brasil, com sua biodiversidade e capacidade produtiva, tem tudo para ser o epicentro dessa transformação global.
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