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Cores de folhas, frutos e flores revelam saúde das plantas; saiba como identificar

Coloração reflete diretamente o equilíbrio nutricional e fisiológico da planta

Mundo Agro|Fabi GennariniOpens in new window

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Coloração das plantas como indicador de sucesso agrícola Freepik

A coloração de folhas, frutos e flores é muito mais do que um detalhe estético: é um indicador direto da saúde nutricional das plantas.

Em entrevista ao Mundo Agro, Luis Schiavo, CEO da Naval Fertilizantes, detalhou como tecnologias, práticas de manejo e monitoramento digital ajudam os produtores a interpretar a coloração, além de falar sobre os desafios da expansão da empresa e suas metas para os próximos anos.


Mundo Agro: Como a coloração das folhas, frutos e flores indica a saúde e o equilíbrio nutricional das culturas?

Luis Schiavo: A coloração é um dos indicadores visuais mais imediatos da saúde das plantas. Ela reflete diretamente o equilíbrio nutricional e fisiológico da cultura.


Quando as folhas apresentam tonalidades verdes intensas e uniformes, é sinal de boa fotossíntese, nutrição equilibrada e metabolismo ativo. Já variações como amarelecimento, avermelhamento ou manchas podem indicar deficiências de nutrientes específicos, como nitrogênio, magnésio, fósforo, ou até estresse hídrico e salino.

Nos frutos e flores, as cores também traduzem o acúmulo adequado de pigmentos como carotenoides, antocianinas e clorofilas, compostos que dependem de um fornecimento contínuo de micronutrientes e macroelementos.


Por isso, monitorar a coloração é uma ferramenta prática e acessível para o produtor identificar desequilíbrios precocemente e agir antes que afetem a produtividade.

Mundo Agro: Quais nutrientes são mais importantes para intensificar cores específicas nas plantas?


Luis Schiavo: Cada nutriente atua em vias metabólicas diferentes e influencia cores de formas específicas. O nitrogênio, por exemplo, está diretamente ligado à formação de clorofila e ao verde das folhas. O fósforo e o magnésio contribuem para a intensidade desse verde e para o metabolismo energético das plantas.

Já para frutos e flores, nutrientes como potássio, zinco e boro são essenciais para a formação e estabilidade de pigmentos. O potássio regula o transporte de açúcares e intensifica colorações em frutos vermelhos e alaranjados, enquanto o zinco e o manganês participam de enzimas envolvidas na síntese de carotenoides e antocianinas.

Além disso, micronutrientes como ferro e cobre exercem papel indireto na coloração por influenciarem o processo fotossintético e a oxidação de compostos fenólicos. Em resumo, cores vibrantes refletem um balanço nutricional preciso, que vai além dos macronutrientes básicos.

Mundo Agro: É possível melhorar a estética das plantas sem comprometer a produtividade ou alterar a genética da cultura?

Luis Schiavo: Sim, totalmente possível. O segredo está em trabalhar com nutrição fisiológica inteligente, em que os insumos são aplicados de forma equilibrada e direcionada.

O uso correto de bioestimulantes e fertilizantes organominerais, por exemplo, potencializa a expressão das cores e a uniformidade das plantas sem modificar sua genética.

A estética está ligada à saúde fisiológica: plantas equilibradas, bem nutridas e com microbiota radicular ativa tendem a expressar melhor seu potencial genético, tanto em cor quanto em produtividade. Quando se investe em equilíbrio biológico e em manejo nutricional adequado, estética e rendimento caminham juntos.

MundoAgro: Fertilizantes biológicos podem complementar os químicos tradicionais nesse processo de coloração?

Luis Schiavo: Sem dúvida. Essa integração é uma das grandes tendências do agronegócio moderno. Os fertilizantes biológicos atuam estimulando a microbiota do solo e melhorando a absorção de nutrientes já disponíveis, o que potencializa a eficiência dos fertilizantes minerais.

Microrganismos benéficos, como bactérias fixadoras de nitrogênio e solubilizadoras de fósforo, ampliam a disponibilidade desses elementos de forma natural. Isso se reflete em colorações mais vivas, maior vigor vegetativo e frutos com pigmentação mais intensa.

Na Naval Fertilizantes, temos investido fortemente em tecnologia biológica associada à nutrição, para garantir que o produtor consiga resultados visuais e produtivos sustentáveis, com menos dependência de insumos químicos e melhor saúde do solo.

Mundo Agro: Existem práticas específicas que permitem ajustar rapidamente deficiências nutricionais durante o ciclo da planta?

Luis Schiavo: Sim, existem. Uma das formas mais eficazes é o manejo foliar direcionado, que permite corrigir deficiências de forma rápida, pois a absorção pelos tecidos foliares é mais imediata do que pela raiz.

Além disso, o uso de bioativadores e tecnologias de liberação controlada ajuda a manter a nutrição estável mesmo em condições de estresse.

Outra prática importante é o monitoramento contínuo via análise de solo, folha e imagem, que permite identificar desequilíbrios antes que causem danos visuais ou produtivos. A rapidez na correção faz toda a diferença na manutenção da coloração e da performance das culturas.

Mundo Agro: De que forma a escolha do fertilizante correto impacta tanto a coloração quanto a resistência a pragas e doenças?

Luis Schiavo: O fertilizante ideal é aquele que promove equilíbrio nutricional e fisiológico. Quando a planta recebe nutrientes na proporção correta, ela fortalece suas paredes celulares, intensifica a produção de compostos de defesa natural (como fenóis e lignina) e, consequentemente, torna-se menos suscetível a pragas e patógenos.

Nutrientes como silício, cálcio e potássio são especialmente importantes nesse aspecto, pois melhoram a estrutura e a coloração dos tecidos, ao mesmo tempo em que aumentam a resistência a doenças fúngicas e insetos sugadores. Por outro lado, o excesso ou carência de um nutriente específico pode enfraquecer a planta e alterar sua coloração, tornando-a mais vulnerável.

Por isso, o manejo correto é determinante tanto para a estética quanto para a saúde da lavoura.

Mundo Agro: Como os produtores podem monitorar a saúde das plantas por meio das cores?

Luis Schiavo: Hoje, o monitoramento pode ser feito de forma bastante precisa, unindo observação de campo, sensores e tecnologias digitais. A variação da coloração, especialmente tons de verde e amarelo, pode ser quantificada com ferramentas como câmeras multiespectrais, drones e aplicativos de análise de imagem.

Esses sistemas, aliados a análises laboratoriais de tecido foliar, permitem identificar deficiências nutricionais em estágios iniciais. É uma forma de transformar um indicativo visual em dado técnico, que guia decisões mais assertivas de adubação e manejo biológico. As cores falam muito, basta saber interpretá-las.

Mundo Agro: Quais desafios a Naval Fertilizantes enfrenta para expandir suas operações pelo país?

Luis Schiavo: Nosso principal desafio é acompanhar a crescente demanda por soluções biológicas com base técnica e escala de produção. O produtor brasileiro está mais consciente e busca insumos de alto desempenho, mas o mercado ainda carece de informação e regulamentação adequada para produtos biológicos.

Outro ponto é a logística agrícola. O Brasil é um país continental, e garantir que produtos sensíveis, como biológicos, cheguem com qualidade até regiões distantes requer investimento em armazenagem, transporte e assistência técnica.

A Naval tem trabalhado para superar esses desafios com centros regionais de distribuição, assegurando capilaridade e suporte técnico em todas as regiões agrícolas do país.

Mundo Agro: Quais são as metas da empresa para os próximos anos em termos de unidades e faturamento?

Luis Schiavo: O modelo de franquias da Naval foi desenhado para atrair empreendedores com perfil técnico-comercial e forte ligação com o agronegócio. Atualmente com 11 unidades, presentes nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará, elas recebem suporte completo, desde treinamentos e marketing até logística e assistência técnica, garantindo a padronização dos serviços e o fortalecimento da marca.

Com essa estratégia, a meta da Naval Fertilizantes é chegar a 1000 franquias, em todas as regiões agrícolas do país, e faturar acima de R$ 2 bilhões nos próximos cinco anos, consolidando a marca como um dos principais negócios do setor de fertilizantes no Brasil.

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