Curativo feito com pele de tilápia para tratar queimaduras deve chegar ao mercado
Universidade Federal do Ceará firma contrato com o consórcio Biotec’s para industrializar e comercializar o curativo biológico
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A produção em larga escala de um curativo biológico feito com pele de tilápia, destinado ao tratamento de queimaduras e feridas em humanos e animais, está muito próxima de se tornar realidade.
A tilápia, uma das espécies mais cultivadas do país, tem grande parte de sua pele descartada pela indústria pesqueira. O aproveitamento desse material para fins médicos transforma o que antes era resíduo em um insumo de alto valor agregado.
Uma pesquisa iniciada em 2015 pelos médicos Edmar Maciel Lima Júnior e Marcelo José Borges de Miranda, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e com suporte técnico do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), comprovou que a pele de tilápia — rica em colágeno tipo I — pode substituir temporariamente a pele humana, acelerando o processo de cicatrização e reduzindo a dor em pacientes queimados.
Desde então, o material já foi utilizado experimentalmente em centenas de procedimentos e ganhou destaque internacional como uma alternativa sustentável, acessível e inovadora na medicina regenerativa.

A grande novidade é que a universidade assinou um contrato de licenciamento com as empresas Biotec Solução Ambiental Indústria e Comércio Ltda. e Biotec Controle Ambiental Ltda., reunidas no consórcio Biotec’s, para a exploração comercial da tecnologia desenvolvida por seus pesquisadores.
Pelo contrato, o consórcio Biotec’s assume a responsabilidade pela industrialização e comercialização do produto, além de conduzir os estudos de eficácia, alergenicidade e sensibilidade exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelos órgãos reguladores de uso veterinário.
O acordo prevê o pagamento de um valor inicial de R$ 850 mil, além de royalties de 3,7% sobre a receita líquida obtida com a exploração comercial do produto. Esse percentual será distribuído entre os detentores da patente.
O contrato também garante que tanto a universidade quanto os pesquisadores poderão continuar desenvolvendo novos estudos sobre a pele de tilápia, de forma independente ou em parceria com as empresas licenciadas.

A UFC também inaugurou o Laboratório de Pesquisa da Pele de Tilápia. O novo espaço, com 225 metros quadrados, concentrará as atividades científicas voltadas ao aprimoramento da tecnologia e ao desenvolvimento de novos produtos derivados da pele de tilápia.
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