O sabor da cozinha mineira em um lugar onde memórias e raízes atravessam o tempo
O legado de uma matriarca que transformou tradição em cultura e inspirou gerações a preservar os sabores de Minas
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A culinária mineira carrega histórias, memórias e raízes que atravessam o tempo — e eu as levo comigo. Meu pai trabalhou em uma empresa em São João del-Rei, no interior do estado, e, durante as férias, passávamos alguns dias por lá.
Minas é sinônimo de comida boa, fresca e saborosa. E, aqui na Capital da Gastronomia, São Paulo, existe um reduto especial dessa minha lembrança: o restaurante Dona Lucinha.

Referência nacional na defesa da comida raiz, ela transformou ingredientes simples em símbolos de identidade cultural.
O Mundo Agro teve uma boa prosa com Heloísa Nunes, uma das filhas de Dona Lucinha, e também esteve com o outro filho, Leonardo. Eles relembraram momentos marcantes e os desafios de manter vivo um legado tão rico.

Mundo Agro: O que a comida mineira tem que nenhuma outra culinária tem?
Heloísa Nunes: A comida mineira é feita com muito carinho e cuidado em cada detalhe. O tempero é natural, vindo da terra.
Mundo Agro: Qual é o prato — ou alimento — que não pode faltar na sua mesa diariamente?
Heloísa Nunes: Arroz e feijão.
Mundo Agro: E como vocês costumam prepará-lo?
Heloísa Nunes: Mamãe preparava tudo com muito amor, e até hoje mantemos um cuidado único no refogado.
Mundo Agro: Como você vê o papel da gastronomia na preservação da identidade cultural e no fortalecimento das comunidades?
Heloísa Nunes: Mamãe via a gastronomia como a melhor forma de preservar nossa origem.
Mundo Agro: Para além das receitas, que valores a culinária mineira leva adiante para as novas gerações?
Heloísa Nunes: A preservação da história por meio dos sabores e saberes.
Mundo Agro: Se pudesse deixar um recado para os jovens cozinheiros e cozinheiras do Brasil, qual seria?
Heloísa Nunes: Antes de tudo, colocar amor na panela e deixar que os sabores contem a sua história.
Mundo Agro: Dona Lucinha foi enredo da escola de samba Salgueiro em 2015. O enredo se baseou no livro escrito por sua irmã, a historiadora Márcia Clementino Nunes. Vocês participaram das reuniões na escola para definir os detalhes e como estava Dona Lucinha no desfile?
Heloísa Nunes: Tivemos várias reuniões. Os carnavalescos estiveram em Belo Horizonte com mamãe, e a Márcia foi ao Rio diversas vezes para auxiliar e garantir que a história contada na Avenida fosse a mais fidedigna possível. Mamãe disse a um repórter que era como se estivesse vivendo o prazer e a emoção de ganhar o 12º filho. Ficou extremamente emocionada e agradecida. E todos nós — inclusive ela — participamos do desfile.

Mundo Agro: Dona Lucinha foi um exemplo de mulher que fez de tudo um pouco para garantir o melhor para a família e se reinventou inúmeras vezes.
Heloísa Nunes: Mamãe realmente foi uma mulher guerreira e muito corajosa.
Mundo Agro: Você acha que os desafios do passado que ela enfrentou são os mesmos de hoje?
Heloísa Nunes: Os desafios quando mamãe estava viva foram inúmeros. Hoje, nós, os filhos, lutamos para continuar seu legado e defender a comida raiz.
Mundo Agro: Se tivesse que definir a comida mineira em uma única palavra, qual seria — e por quê?
Heloísa Nunes: Amor. Amor às nossas origens e respeito aos costumes de uma época áurea, que foi o século XVIII. Nossa comida é basicamente fruto da mistura de influências afro, indígenas e portuguesas.
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