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Transição energética e inovação tecnológica vão redefinir o mercado de trabalho

Segundo a LHH Brasil, setores como tecnologia, automotivo e energias renováveis exigirão novas especializações e requalificação da força de trabalho até 2026

Mundo Agro|Fabi GennariniOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A economia brasileira está passando por transformações impulsionadas por tecnologia e transição energética.
  • Setores como tecnologia, automotivo e energias renováveis demandarão novas especializações até 2026.
  • A requalificação da força de trabalho é crucial para garantir uma transição energética justa e sustentável.
  • O hidrogênio verde representa uma oportunidade estratégica para o Brasil, exigindo profissionais com competências técnicas e socioambientais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Mercado de trabalho brasileiro se adapta a energias renováveis e inovação Foto cedida: LHH

A economia brasileira está passando por transformações profundas impulsionadas por tecnologia, inovação e transição energética, segundo levantamento da LHH Brasil.

Em entrevista exclusiva, Gustavo Coimbra Costa, diretor de Recruitment Solutions da consultoria, afirmou que setores como tecnologia, indústria automotiva e energias renováveis exigirão profissionais com habilidades técnicas, visão estratégica e competências socioambientais.


Ele destacou ainda a importância de políticas que garantam requalificação e inclusão para trabalhadores dos setores tradicionais, assegurando uma transição energética justa e sustentável.

Gustavo Coimbra Costa, Diretor de Recruitment Solutions da LHH Brasil Foto cedida: LHH Brasil

Mundo Agro: Quais setores da economia brasileira devem sofrer as maiores transformações até 2026, segundo o levantamento da LHH?

Gustavo Coimbra Costa: Diversos setores já estão atravessando transformações relevantes, impulsionadas por tecnologia, inovação e também por pressões externas como mudanças climáticas e desafios geopolíticos.


O setor de tecnologia, por exemplo, tem visto a automação e o uso de inteligência artificial reduzir a demanda por determinados perfis de desenvolvedores, ao mesmo tempo em que cresce a procura por especialistas em integração de sistemas, infraestrutura e consultoria.

A indústria automotiva passa por uma transição estrutural: a produção deixa de se concentrar em veículos movidos apenas por combustíveis fósseis e avança para modelos elétricos e híbridos.


Essa mudança afeta toda a cadeia, da mineração de minerais críticos ao desenvolvimento de novas soluções de geração renovável. E é fundamental ressaltar que essa transição precisa ser justa.

Não basta apenas investir em inovação e eficiência: é preciso assegurar políticas que garantam que trabalhadores de setores tradicionais tenham oportunidades de requalificação e que comunidades dependentes desses setores não sejam deixadas para trás.

Mundo Agro: Como a transição energética influencia a demanda por novas especializações no Brasil?

Gustavo Coimbra Costa: A transição energética já impacta fortemente as demandas do mercado de trabalho. Além de engenheiros de energia eólica, solar e hidrogênio, surgem novas necessidades em áreas como armazenamento, eficiência energética e gestão de projetos complexos.

Mas não falamos apenas de habilidades técnicas: cresce a relevância de competências regulatórias, de diálogo com comunidades e de visão de sustentabilidade social.

A transição só será bem-sucedida se for inclusiva, permitindo que trabalhadores da cadeia de combustíveis fósseis sejam requalificados, aproveitando inclusive sua experiência em projetos de grande escala e complexidade. Aí entra um grande movimento de institutos governamentais e associações de classe.

Mundo Agro: A LHH prevê que a matriz elétrica brasileira será composta por mais de 95% de fontes limpas até 2026. O que isso significa para o mercado de trabalho?

Gustavo Coimbra Costa: Esse é um avanço expressivo para o Brasil, que se posiciona como um dos países líderes em energia limpa. No entanto, essa conquista traz consigo desafios de gestão de talentos.

Será necessário atrair novos profissionais especializados em energias renováveis, mas também investir fortemente na requalificação da força de trabalho atual.

Além disso, a transição precisa ser sustentável do ponto de vista econômico e social, já que os salários médios em setores convencionais de energia costumam ser 10% a 30% mais altos do que em renováveis, devido ao perfil de mão de obra e às condições de saúde e segurança.

Portanto, para garantir uma transição justa, empresas e governos devem trabalhar juntos na criação de políticas que reduzam essa lacuna salarial e assegurem equidade no acesso a oportunidades.

Mundo Agro: Quais são as principais oportunidades de carreira ligadas ao hidrogênio verde no Brasil?

Gustavo Coimbra Costa: O hidrogênio verde é um vetor estratégico para o futuro energético do país, com potencial de transformar o Brasil em referência global. Isso abre espaço para engenheiros, gestores de projetos, pesquisadores, especialistas em logística e armazenamento, entre outros.

Mas, mais do que apenas gerar novas vagas, a transição precisa criar boas oportunidades de carreira, que conciliem inovação tecnológica com impacto social positivo.

Profissionais que combinarem conhecimento técnico com visão de sustentabilidade e capacidade de engajar diferentes stakeholders — empresas, governos e comunidades locais — terão grande destaque.

Mundo Agro: Que competências serão fundamentais para profissionais atuando com energia renovável?

Gustavo Coimbra Costa: O primeiro passo é o aprendizado contínuo, já que a velocidade das transformações exige atualização constante. Além disso, flexibilidade, adaptabilidade e visão multicultural são fundamentais, pois muitos projetos envolvem equipes internacionais.

Outro ponto decisivo será a capacidade de compreender a intersecção entre energia, sociedade e regulação: profissionais que dominarem não apenas a tecnologia, mas também os aspectos sociais e políticos da transição terão vantagem.

Por fim, a habilidade de atuar em contextos de incerteza — seja climática, geopolítica ou regulatória — será cada vez mais valorizada. Essa combinação de competências técnicas, socioambientais e estratégicas é o que garantirá que a transição energética seja, de fato, justa e inclusiva.

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