Aliados de Lula e oposição disputam narrativas sobre encontro com Trump

O encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump tem rendido diversas narrativas exploradas pela oposição e aliados. Mesmo com a declaração de Lula e Trump dizendo que o encontro foi ótimo, isso não foi o suficiente para alinhar as interpretações da reunião.

De um lado, o Palácio do Planalto enxerga o avanço das negociações e a vitória do governo diante dos afagos feitos por Trump, que inclusive elogiou Lula e o chamou de muito “vigoroso”.

De outro lado, a oposição exalta a menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), por exemplo, postou trecho do vídeo em que Trump o cita e escreveu que o ex-presidente é “respeitado e admirado em todo o mundo”.

Nas redes sociais, os filhos do ex-presidente disseram que o governo saiu sem “nenhuma notícia boa”. O advogado de Trump, Martin de Luca, por sua vez, ironizou e afirmou que “nunca tão pouco” [dito por Trump] produziu tantas “declarações de grande progresso”.

Questionado sobre o tema, no entanto, interlocutores do Itamaraty disseram à coluna R7 Planalto que as reuniões desbloqueiam os canais de diálogo entre os governos.

A fonte ouvida pela reportagem também criticou o movimento da oposição de tentar extrair da reunião algo positivo para Bolsonaro, sendo que eles “trabalharam para bloquear os canais e envenenar a relação” entre Estados Unidos e Brasil.

Para o Palácio do Planalto, houve grandes avanços no último mês, avanços, que inclusive, a oposição “garantia que não ia ocorrer”.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, por exemplo, destacou nesta segunda “a importantíssima aproximação política” entre Lula e Trump que “abriram as portas do entendimento”.

Ele defendeu que, agora, basta avançar nas questões técnicas do tarifaço. “O prioritário é tirar os 40%. Esse é que é o prioritário”, afirmou.

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