Comunidades do Brasil são usadas como exemplos de adaptação climática em relatório internacional
Documento será apresentado na COP30 nesta segunda; Comunidade do Horto, no Rio, e Vila Arraes, em Recife, aparecem como exemplos de sucesso
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Duas comunidades do Brasil são usadas como exemplos de adaptação climática em relatório internacional do Greenpeace que será entregue a líderes mundiais nesta segunda-feira (10) na COP30.
O documento em que o R7 Planalto teve acesso exclusivo cita o Projeto Horto Natureza, desenvolvido no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e a comunidade Vila Arraes, em Recife, como exemplos de sucesso ao lado de ações desenvolvidas em outros países, como Indonésia, Quênia, México e Filipinas
A nota técnica “Adaptação de base comunitária no centro do objetivo de Adaptação”, cita diversas ações fundamentais para garantir a inclusão das populações mais vulneráveis no planejamento e combate às mudanças climáticas.
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A ONG cita os dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que aponta que quatro em cada 10 pessoas no planeta vivem em contextos de alta vulnerabilidade climática.
Para a coordenadora da campanha de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Leilane Reis, “é fundamental que, na COP, os negociadores e demais atores políticos garantam que as decisões sobre adaptação incorporem a dimensão social, territorial e financeira do enfrentamento à crise climática”.
“É preciso garantir que as populações vulnerabilizadas estejam protegidas, participem das decisões e que o financiamento climático chegue, de fato, a quem mais precisa”, defende.
Conheça os dois projetos:
Comunidade do Horto: os moradores da comunidade criaram o Projeto Horto Natureza como uma resposta coletiva às ameaças de enchentes e às pressões de remoção. A ação promove limpeza e manutenção do Rio dos Macacos, com coleta regular de lixo e o replantio da vegetação ciliar nativa, integrando ações de educação ambiental, hortas comunitárias e compostagem de resíduos orgânicos. Todas as ações são feitas pelos próprios moradores.
O projeto mobiliza escolas, famílias e lideranças locais, fortalecendo vínculos sociais e o senso de pertencimento ao território. O resultado das ações é a redução de enchentes e a melhoria da qualidade ambiental do rio e de suas margens.

Vila Arraes: em Recife, a comunidade de Vila Arraes elaborou um plano de contingência, adaptação e mitigação dos efeitos das chuvas, coordenado pelo Espaço GRIS Solidário em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco. O processo envolve a participação ativa das mulheres da comunidade, que chefiam cerca de 70% das famílias, segundo o censo comunitário de 2023. O censo, realizado de porta em porta por agentes locais, foi o ponto de partida para o diagnóstico participativo dos riscos climáticos e sociais.
A partir dele, a comunidade estruturou brigadas de resposta com atuação em logística, saúde (mental e preventiva), comunicação e gestão de crises, além de promover formações com a Defesa Civil sobre protocolos de emergência durante enchentes do Rio Capibaribe e riscos de eletrocussão. O plano fortaleceu a gestão comunitária e ampliou a autonomia da comunidade na prevenção e resposta a inundações e deslizamentos.
Entenda
Durante a COP30, que começa hoje em Belém, serão definidos os 100 indicadores do Objetivo Global de Adaptação que funcionam como um termômetro para medir como cada país está se adaptando às mudanças climáticas dentro da Convenção da ONU sobre o Clima.
Um dos pedidos do Greenpeace é também atualizar a meta específica de financiamento para adaptação, que hoje está em torno de US$ 339 bilhões, para que fique alinhada às necessidades dos países em desenvolvimento e de comunidades vulnerabilizadas.
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