Negros e indígenas são os que mais sofrem com as mudanças climáticas e os que menos recebem recursos
Segundo relatório que será entregue a líderes mundiais na COP30, menos de 1% dos recursos para mitigar as mudanças climáticas chegam diretamente a indígenas
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A população negra, indígena e periférica são os que mais sofrem com as mudanças climáticas. Em contrapartida, esse público é quem menos tem acesso ao financiamento para mitigar os efeitos dos danos ambientais.
Segundo relatório elaborado pelo Greenpeace, do qual o R7 Planalto teve acesso exclusivo, menos de um por cento do financiamento para o clima e a biodiversidade vai diretamente para os povos indígenas.
Além disso, do dinheiro de adaptação, apenas 10% a 17% alcança o nível local, ou seja, chega na ponta das comunidades e regiões que mais vulneráveis.
O documento aponta que a crise climática “aprofunda desigualdades históricas e territoriais”, por isso, a adaptação tem que ser “sinônimo de justiça climática”. O relatório “Adaptação de base comunitária no centro do objetivo global de adaptação” será entregue a líderes mundiais nesta segunda-feira (9), na COP30, em Belém (PA).
A ONG diz, por exemplo, que no Brasil, “cheias, deslizamentos, estiagens severas e ondas de calor atingem de forma desproporcional comunidades periféricas, populações negras, quilombolas, ribeirinhas e povos indígenas”.
Por isso, o Greenpeace defende ouvir essas comunidades para entender como eles tentam solucionar a crise climática, ancorados em saberes locais e organização social da região. No documento, eles citam, por exemplo, duas comunidades brasileiras como exemplos de sucesso na adaptação climática, conforme antecipou o R7 Planalto.
O relatório elenca que, nas cidades, o problema é a ocupação de encostas e várzeas, a drenagem insuficiente e o déficit habitacional que potencializa deslizamentos e inundações. No campo e nos territórios tradicionais, por outro lado, a população é afetada com insegurança hídrica e alimentar, agravado pelas secas mais longas e extremos de temperatura.
Cerca de quatro, em cada dez pessoas no planeta, vivem em alta vulnerabilidade climática. O cenário é agravado, pois até 2030, o mundo pode chegar a 560 desastres por ano, com maior impacto nos países em desenvolvimento, conforme cita o relatório.
Entre os pedidos da ONG para os líderes mundiais, estão o protagonismo comunitário na adaptação climática, a justiça climática e o antirracismo, a transparência e o controle social das medidas, e a integração dos saberes tradicionais com a ciência na formulação das estratégias de mitigação.
“A proteção e restauração de ecossistemas (como manguezais, florestas ripárias, áreas de recarga de aquíferos e sistemas agroecológicos) reduzem riscos e entregam benefícios: segurança hídrica e alimentar, renda, biodiversidade, regulação térmica e coesão social. A integração entre soluções baseadas na natureza e adaptação comunitária reforça a resiliência e amplia benefícios sociais e ambientais”, explica o documento.
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