Caderneta de poupança é porta de entrada para começar a investir
Renda Extra|Do R7
Apesar de render pouco atualmente, a caderneta de poupança serve como uma porta de entrada para o mundo dos investimentos. Considerada uma aplicação convervadora, por causa do baixo risco que apresenta, a modalidade mais popular de investimento do país ajuda a criar o hábito da reserva financeira, para ser usada em uma emergência.
Mas, segundo o professor de ciências econômicas Rubens Moura, da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, vale pensar em outras modalidades em que o dinheiro pode ser investido com o objetivo de aumentar a renda. Ele explica que é necessário conhecer todas as opções, saber quais são os objetivos e as formas de remuneração.
“A caderneta de poupança é um produto de porta de entrada da população ao mercado financeiro. Por isso, é um ativo de baixo risco para investidores conservadores, mas que oferece um ganho baixo. Se a Selic estiver em até 8,5% ao ano, a rentabilidade será de 70% mais a taxa referencial (TR). Se a tarifa for maior do que 8,5% ao ano, a caderneta de poupança terá um retorno de 0,5% ao mês mais a variação da TR”, esclarece o professor.
Com a alta da taxa básica de juros, a Selic, desde março de 2021, a poupança deixou de ser atrativa e vem perdendo recursos. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.
De acordo com o pesquisador, o rendimento na renda variável, ou seja, aplicações em ações, dependerá do banco e esse indicador sofre alterações. Essa opção é indicada para pessoas experientes e com estudos sobre a economia, pois a oscilação é maior.
As instituições bancárias avaliam os tomadores de empréstimo para analisar se os projetos e produtos estão corretos para o cenário atual ou futuro.
Já na renda fixa, da qual o cliente tem informações e sabe a origem da remuneração, o indexador poderá ser a taxa Selic, variação de câmbio ou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mas o professor adverte que o indicador pode mudar, além da tributação no Imposto de Renda (IR), o que não ocorre no caso da caderneta de poupança.
“A poupança rende pouco porque as empresas precisam de capital para sustentar os investimentos. As pessoas pegam o dinheiro emprestado para gerar renda, abrir o próprio negócio ou até mesmo investir em títulos privados. O mercado financeiro é um agente na captação e avaliação dos recursos", destaca Moura.
Segurança X risco
Existem produtos de renda fixa que são tão seguros quanto a caderneta de poupança e oferecem ganhos atraentes, como CDB, LCI, LCA e títulos públicos. É importante pensar nos rendimentos a longo prazo para que o cliente possa obter um retorno mais seguro.
“O Tesouro Direto, por exemplo, é uma das opções em que você pode adquirir títulos públicos através do cadastro no Banco Central. Nessa modalidade, o lucro poderá ser mensal, anual, a depender do vencimento do título e da regra contratual”, ressalta Moura.
Nas aplicações mais arriscadas, é possível optar pela renda variável, porque o poder de previsão é baixo e o risco é alto. Para esses perfis, o mercado disponibiliza os blue chips, que são empresas consideradas mais valiosas e relevantes na Bolsa de Valores. As ações podem ser mais seguras para investimentos de longo prazo. São recomendadas para investidores que desejam enveredar no mercado de renda variável, mas que não possuem um perfil muito agressivo para o risco.
“Os fundos de renda variável, como as ações e derivativos, são recomendados para investidores com perfil mais agressivo e amantes do risco, pois precisam ficar atentos às informações econômicas para as tomadas de decisão de compra ou venda desses ativos. Portanto, é prudente ter experiência e conhecimento no setor financeiro e análise de indicadores”, conclui Moura.