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Renda Extra

Café, o vilão da inflação: pacote que custava R$ 11 está mais de R$ 20

Secas e alta do dólar vêm deixando o produto mais caro desde o fim de 2020; mas foi no começo de 2022 que preço disparou de vez

Renda Extra|Do R7

Preço de ouro: café sobe 90% em 15 meses
Preço de ouro: café sobe 90% em 15 meses

Em alguns supermercados de São Paulo, o mesmo pacote de 500 g de café tradicional que há um ano era vendido por R$ 11 ou R$ 12 está custando mais de R$ 20. Em uma rápida pesquisa na internet, uma das marcas mais famosas, a Melitta, aparece por R$ 26,18 no Extra.

As secas, principalmente as de 2021, que afetaram as plantações, e o dólar alto, que estimulou produtores a vender o produto ao exterior com preço mais vantajoso, são duas explicações.

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Depois de 15 aumentos mensais seguidos, segundo pesquisa do Procon-SP, o produto passou de R$ 7,29 em média, em outubro de 2020, para R$ 13,86, em janeiro de 2022, o equivalente a 90% de elevação.

Os primeiros dados de fevereiro mostram que o peso no bolso dos brasileiros que não abrem mão do cafezinho tende a aumentar. O IPCA-15 revelou que, de 16 de janeiro a 15 deste mês, o valor do item subiu mais 2,71%. Considerando todos os preços, o índice, considerado uma prévia da inflação avançou 0,99%, é o maior percentual desde 2016. 


Matheus Peçanha, economista e pesquisador do FGV Ibre, explica que, de modo geral, o preço dos alimentos in natura subiu bastante por causa da falta de chuvas no ano passado. "Agora em janeiro a gente teve novas secas em locais importantes de produção, como a zona da mata mineira e o interior de São Paulo, por isso estamos vendo de novo a elevação."

Para o pesquisador, o café logo volta a um patamar aceitável. "O que ocorreu foi algo bem pontual, a seca de 2021 foi extraordinária, causada por um efeito da La Niña. Tudo leva a crer que esse é um problema já contornado."


Peçanha acredita que as águas de março devem ajudar a melhorar a safra nacional e, consequentemente, os valores cobrados.

"Podem até ocorrer geadas no inverno, como no ano passado, mas a expectativa é que os preços se normalizem até o fim do ano", afirmou.

De acordo com o economista, os valores poderiam ser até maiores, mas tanto produtores quanto lojistas preferiram segurar parte das remarcações para não perder as vendas em um momento de alto desemprego e diminuição do poder de compra da população.

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