Com Desenrola e mutirão para negociar dívidas, veja 7 dicas para quitar as dívidas
Governo federal, bancos, financeiras e Procons participam de campanhas para ajudar endividados a pôr as contas em dia
Renda Extra|Do R7
O primeiro passo para sair da inadimplência é fazer uma renegociação, alerta a educadora financeira Bruna Allemann. Atualmente, três oportunidades para acertar as contas são promovidas no país: o programa Desenrola Brasil, do governo federal, o Renegocia!, da Senacon, e o Serasa na Estrada.
Com isso, a proporção de famílias endividadas no país saiu de 78,5% em junho para 78,1% em julho, queda de 0,4 ponto porcentual, primeiro recuo desde novembro de 2022. O dado é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
Veja como funciona cada programa de renegociação
Desenrola
O Desenrola, lançado em 17 de julho, já alcançou R$ 5,4 bilhões em volume financeiro, e o total de contratos de dívidas negociados chegou a 905 mil.
A primeira fase contempla somente dívidas com bancos. Pessoas físicas que devem até R$ 100 vão ficar automaticamente com o nome limpo nas instituições.
O programa, que vai vigorar até 31 de dezembro de 2023, tem duas faixas de beneficiados. Ele começou pela Faixa 2, destinada a pessoas físicas com renda acima de dois salários míninos (R$ 2.640) até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor.
Já a Faixa 1, voltada a pessoas físicas de renda mensal de até dois salários mínimos ou que constem no CadÚnico (Cadastro Único dos beneficiários dos programas sociais do governo federal), com dívidas de até R$ 5.000, deverá ser incluída ao longo do segundo semestre. O governo está desenvolvendo uma plataforma específica para esse público.
Serasa na Estrada
O projeto itinerante Serasa na Estrada vai prestar atendimento presencial, além da negociação de dívidas, como consulta de pontuação de score, solicitação de crédito, proteção de dados pessoais e informações sobre a carteira digital Serasa, que organiza todas as finanças pessoais em um só lugar.
Depois de Porto Alegre, onde permanece até sábado (12), o caminhão rosa segue para Florianópolis, onde se instala na praça da Alfândega, a partir da próxima terça-feira. Depois, o veículo continua a viagem pelas cinco regiões do Brasil. Serão pelo menos seis meses de estrada, tendo como última parada Manaus (AM), em fevereiro de 2024, somando um total de 10,5 mil quilômetros rodados pelo país.
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Renegocia!
Organizado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), o Renegocia!, mutirão para a negociação de dívidas, que começou no dia 24 de julho, vai até 11 de agosto.
O programa abrange, sobretudo, a população que se enquadra na categoria de superendividada, aquela cuja dívida ultrapassa a capacidade de pagamento. Mas qualquer brasileiro pode participar do Renegocia!.
É possível renegociar dívidas com instituições financeiras, empresas de telefonia, água, energia elétrica, entre outras. O programa não inclui dívidas com pensão alimentícia nem crédito rural e imobiliário.
Quem se enquadrar e quiser participar do Renegocia! deve procurar os órgãos de defesa do consumidor, como Procon, Ministério Público e Defensoria Pública, mais próximos. Também é possível participar do programa pelo portal consumidor.gov.br.
“Só com a renegociação de dívida o consumidor conseguirá ficar no azul e ter tranquilidade financeira para focar outros projetos. No dia a dia, também é importante criar o hábito de pagar as contas na data correta e planejar os gastos em longo prazo”, afirma Bruna Allemann, da fintech Acordo Certo.
Confira abaixo mais dicas da educadora financeira e da Serasa para sair do vermelho e acertar as contas em 2023.
1) Encare as dívidas
O primeiro passo a seguir é entender de onde surgiu o problema. Liste todas as dívidas e se programe para começar a quitá-las. Com o passar do tempo, existem acréscimos de juros, e é importante saber o valor exato para evitar maiores problemas no futuro.
2) Entenda sua renda
Compreender como sua renda funciona é fundamental, já que é com ela que suas dívidas serão pagas. Registre as contas fixas e os ganhos mensais e separe um valor para a quitação de inadimplências; assim, você mantém o controle de quanto sai e de quanto entra.
3) Crie um limite
Depois de entender seu bolso e suas dívidas, agora é hora de calcular quanto você pode pagar por elas. Use o valor de gastos desnecessários para quitá-las, mas, ao entrar em programas de renegociação de dívidas, fique atento às parcelas, que podem ser altíssimas. É importante ter em mente um valor estimado de até quanto você poderá pagar sem comprometer o seu orçamento.
4) Imprevistos acontecem
Considere os imprevistos e crie uma reserva de emergência. Nunca se sabe o dia de amanhã. Guardar dinheiro como forma de reserva é uma maneira de se preservar de dívidas futuras.
5) Busque uma renda extra
Se está apertado nas dívidas e sua renda não é suficiente, busque uma renda extra, como venda de artesanatos, bolos e doces ou a prestação de serviços. Procure algo em que seja bom e fique à disposição.
6) De olho nas oportunidades
Na hora de quitar os débitos, é importante ficar de olho em oportunidades disponíveis no mercado que permitam a quitação com descontos e benefícios diferenciados. No caso de acordo parcelado, lembre-se de pagar em dia todas as parcelas, para evitar que o nome fique sujo novamente, além de se manter atento às dicas de educação financeira.
7) Cuidado com as fraudes
Ao tentar limpar o nome, mesmo que não saibamos como as fraudes funcionam, é possível identificar algumas abordagens e fugir delas. Então:
• Nunca forneça seus dados a ninguém;
• Desconfie de ofertas muito atraentes que chegam até você via redes sociais, telefone ou emails;
• Evite acessar sites e aplicativos que pedem dados bancários em redes públicas/abertas de internet;
• Não clique em links de origem suspeita, seja por email, seja por SMS;
• Negocie dívidas negativadas ou contas atrasadas diretamente com o credor ou pelo Serasa Limpa Nome;
• Não pague boletos enviados em nome da Serasa ou de qualquer outra empresa se não tiver solicitado.
Fonte: Bruna Allemann, educadora financeira da fintech Acordo Certo, e Serasa