Inflação oficial vai ao maior nível para novembro desde 2015, diz IBGE
Indicador registrou alta de 0,51%, influenciado, principalmente, pela disparada nos preços das carnes no Brasil
Renda Extra|Giuliana Saringer, do R7
A inflação oficial atingiu o maior nível de alta para novembro desde 2015, quando o indicador ficou em 1,01%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O indicador registrou alta de 0,51% no mês, frente a 0,1% em outubro deste ano.
A disparada no preço das carnes (8,09%) foi o principal motivo para a aceleração da inflação em novembro.
O gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, afirma que o grupo de alimentos e bebidas (0,72%), no geral, registrou alta no mês, principalmente por causa dos jogos de azar, que tiveram reajuste de preços, e ao comportamento das carnes.
Kislanov afirma que o aumento nos preços das carnes acontece pela maior demanda pela China acompanhada da desvalorização do real frente ao dólar.
“Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos”, disse ele.
A alimentação em casa e a energia elétrica também ficaram mais caras, o último item principalmente devido a bandeira tarifária de outubro para novembro.
Carnes de frango e suína seguirão bovina e devem ficar mais caras
Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Em novembro, passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, cujo valor foi reajustado de R$ 4,00 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora.
Em contrapartida, os alimentos que ficaram mais baratos para os brasileiros foram a batata-inglesa (-14,27%), o tomate (-12,71%) e a cebola (-12,48%).
De janeiro a novembro deste ano, a inflação acumula alta de 3,12% e de 3,27% nos últimos 12 meses.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e considera o impacto da inflação para as famílias que recebem de um (R$ 998) a 40 (R$ 39.920) salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de outubro a 27 de novembro de 2019 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de setembro a 28 de outubro de 2019 (base).
Veja os principais "vilões" da inflação em novembro: