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Quer ir à Copa do Catar? Veja como preparar a viagem e o bolso

Faltando apenas 7 meses para o início do torneio, dá para aproveitar a queda do dólar para fechar os pacotes

Renda Extra|Do R7

Rumo ao hexa, Brasil fará sua estreia no Mundial no dia 24 de novembro
Rumo ao hexa, Brasil fará sua estreia no Mundial no dia 24 de novembro

Faltam sete meses para o início da Copa do Mundo de Futebol, que neste ano será no Catar. Com a data se aproximando e a demanda em alta, quem quiser acompanhar os jogos da seleção brasileira in loco precisa começar já a organizar a ida ao Mundial – e preparar o bolso, que a viagem não vai ser barata.

Este ano, a Copa do Mundo começará apenas em novembro para evitar que a competição aconteça durante o período de calor extremo do país árabe. A cerimônia de abertura acontece no dia 21, enquanto a estreia da seleção brasileira na fase de grupos será no dia 24, contra a Sérvia.

Para chegar até a grande final, marcada para o dia 18 de dezembro, o torcedor vai precisar passar quase um mês inteiro no Qatar.

Nesse período, como em qualquer viagem, os gastos principais são transporte, hospedagem e alimentação. No entanto, na Copa, é preciso adicionar também os ingressos. Até fevereiro, durante a primeira fase da comercialização das entradas para os 64 jogos, a Fifa recebeu mais de 17 milhões de pedidos. Agora, a segunda fase da venda fica aberta até o dia 28 de abril, com preços variando entre R$ 350 e R$ 7,8 mil a depender da partida e do assento escolhido.


No site da Fifa, o torcedor encontra diferentes tipos de entradas:

• Os ingressos para jogos individuais, para uma partida específica;


• Os ingressos de torcedor, para os jogos da fase de grupos de uma única seleção;

• Os ingressos condicionais de torcedor, para uma partida da segunda fase do torneio;


• Série de ingressos para quatro estádios, um pacote para quatro partidas em dias consecutivos, em quatro arenas diferentes;

• E os ingressos de acessibilidade, que dão acesso a instalações e espaços adaptados a pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida.

Cada uma das categorias possui diferentes faixas de preço e estão sujeitas a disponibilidade. Também é possível comprar os ingressos em agências de viagens, em pacotes que incluem hospedagem e transporte.

Turistas brasileiros podem permanecer por até 30 dias no país sem a necessidade de um visto. Por causa da pandemia da Covid-19, porém, para entrar no Qatar, é preciso estar com o esquema vacinal completo há, no mínimo, 14 dias. O viajante deve apresentar, ainda, um teste do tipo PCR negativo feito com 72 horas antes da partida.

É importante checar as regras sanitárias estabelecidas pelo país antes da data de embarque.

Passagens aéreas e hospedagem

Alta dos combustíveis, demanda represada após a pandemia; seja qual for o motivo, as passagens aéreas não estão baratas sequer para trechos curtos dentro do Brasil. Para percorrer os quase 12 mil quilômetros que separam o país do Qatar, então, os valores são surpreendentes.

Nas plataformas de busca online, é possível encontrar voos de classe econômica saindo da cidade de São Paulo a partir de R$ 13,9 mil por pessoa. Mas, a depender do nível de conforto e número de escalas desejados pelo passageiro, os tíquetes saem acima dos R$ 25 mil.

Na hospedagem, o cenário também não é o mais animador para quem ainda não conseguiu sua reserva. Pela internet, em sites como Booking ou Airbnb, as ofertas estão diminuindo e aumentando de preço.

A organização oficial da Copa do Mundo também disponibilizou algumas opções de hospedagem para ajudar os milhares de estrangeiros que vão chegar ao Qatar no fim do ano. O site qatar2022.qa/book oferece hotéis e apartamentos, acampamentos e até navios. O preço das reservas por pessoa varia a depender do tipo de acomodação, variando entre US$ 84 e US$ 945 a noite.

Carlos Castro, planejador financeiro CPF pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros), destaca a importância de comparar os preços disponíveis, mas orienta que, dada a proximidade da viagem, já está na hora de tomar essa decisão. “Nos hotéis e nas passagens, tem uma dinâmica que não depende só do câmbio, que é a procura. À medida que a data do evento se aproxima, a procura aumenta, diminui a disponibilidade e o preço sobe”, explica.

Além de pesquisar por conta própria as opções, vale a pena também recorrer a pacotes nas agências de viagens. Nelas, pode ser mais fácil de encontrar mais opções aéreas e de hospedagem, com a segurança de ter uma empresa por trás coordenando. “Algumas agências de viagem, principalmente as oficiais, parcelam esses valores em reais, o que é um benefício para quem está comprando a viagem”, pontua Fernando Bueno, especialista em investimentos da Ágora Investimentos.

Qual moeda levar?

A moeda oficial do Qatar é o rial catariano, que vale cerca de R$ 1,27 na cotação atual. Mas não é preciso se preocupar com essa conta. Para quem for viajar, vale a pena calcular o dinheiro a ser levado em dólares. E esse parece estar jogando a favor dos torcedores brasileiros: recentemente, o real se valorizou, jogando a moeda americana a patamares não vistos desde 2020.

Com o dólar+3,55% na casa dos R$ 4,62 e a data da viagem se aproximando, quem for viajar pode começar a construir sua reserva em moeda internacional para os gastos com alimentação ou lembrancinhas no Qatar. Essa é a orientação do especialista em investimentos da Ágora.

“Não adianta comprar tudo de uma vez. Mas vale a pena já começar a comprar o dólar, porque está com preço interessante, e ir fazendo o que chamamos de preço médio”, diz Fernando Bueno. Na visão do especialista, o cartão de crédito deve ser levado apenas para emergências, já que possui taxas mais altas.

Para evitar de levar todo o dinheiro da viagem em espécie e, ainda assim, fugir dos juros do crédito, os cartões de débito internacionais são uma boa alternativa. Algumas casas e fintechs oferecem contas internacionais gratuitas ou a preços baixos, com um cartão de débito recarregável.

Carlos Castro, da Planejar, explica que essa é uma maneira para, inclusive, reduzir a cobrança de IOF. Na compra de papel moeda, o imposto é de 1,1%; no cartão de crédito, de 6,38%. “Você pode carregar esse cartão de débito internacional e usar lá fora como se estivesse transacionando papel moeda. É um meio termo, que permite que você pague o IOF de 1,1%, sem ter que levar o dinheiro em espécie”, diz.

Até que a Copa do Qatar inicie, é possível pensar se vale a pena investir os recursos na viagem. Quem achar o plano caro demais, não precisa se preocupar. Adiar o sonho de assistir ao Mundial in loco também é uma boa opção. A Copa de 2026 vai ser a primeira a ser sediada por três países em conjunto: Canadá, Estados Unidos e México.

Além da proximidade com o Brasil, ter mais tempo para planejar vai ajudar a baratear a viagem. “A pessoa tem bastante tempo para se planejar até lá, existem diversas opções de investimento que ajudam nesse planejamento de longo prazo. É uma Copa mais perto, mais acessível. Vai ser mais legal nesse sentido”, defende Bueno, da Ágora.

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