Quer ir à Copa do Catar? Veja como preparar a viagem e o bolso
Faltando apenas 7 meses para o início do torneio, dá para aproveitar a queda do dólar para fechar os pacotes
Renda Extra|Do R7
Faltam sete meses para o início da Copa do Mundo de Futebol, que neste ano será no Catar. Com a data se aproximando e a demanda em alta, quem quiser acompanhar os jogos da seleção brasileira in loco precisa começar já a organizar a ida ao Mundial – e preparar o bolso, que a viagem não vai ser barata.
Este ano, a Copa do Mundo começará apenas em novembro para evitar que a competição aconteça durante o período de calor extremo do país árabe. A cerimônia de abertura acontece no dia 21, enquanto a estreia da seleção brasileira na fase de grupos será no dia 24, contra a Sérvia.
Para chegar até a grande final, marcada para o dia 18 de dezembro, o torcedor vai precisar passar quase um mês inteiro no Qatar.
Nesse período, como em qualquer viagem, os gastos principais são transporte, hospedagem e alimentação. No entanto, na Copa, é preciso adicionar também os ingressos. Até fevereiro, durante a primeira fase da comercialização das entradas para os 64 jogos, a Fifa recebeu mais de 17 milhões de pedidos. Agora, a segunda fase da venda fica aberta até o dia 28 de abril, com preços variando entre R$ 350 e R$ 7,8 mil a depender da partida e do assento escolhido.
No site da Fifa, o torcedor encontra diferentes tipos de entradas:
• Os ingressos para jogos individuais, para uma partida específica;
• Os ingressos de torcedor, para os jogos da fase de grupos de uma única seleção;
• Os ingressos condicionais de torcedor, para uma partida da segunda fase do torneio;
• Série de ingressos para quatro estádios, um pacote para quatro partidas em dias consecutivos, em quatro arenas diferentes;
• E os ingressos de acessibilidade, que dão acesso a instalações e espaços adaptados a pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida.
Cada uma das categorias possui diferentes faixas de preço e estão sujeitas a disponibilidade. Também é possível comprar os ingressos em agências de viagens, em pacotes que incluem hospedagem e transporte.
Turistas brasileiros podem permanecer por até 30 dias no país sem a necessidade de um visto. Por causa da pandemia da Covid-19, porém, para entrar no Qatar, é preciso estar com o esquema vacinal completo há, no mínimo, 14 dias. O viajante deve apresentar, ainda, um teste do tipo PCR negativo feito com 72 horas antes da partida.
É importante checar as regras sanitárias estabelecidas pelo país antes da data de embarque.
Passagens aéreas e hospedagem
Alta dos combustíveis, demanda represada após a pandemia; seja qual for o motivo, as passagens aéreas não estão baratas sequer para trechos curtos dentro do Brasil. Para percorrer os quase 12 mil quilômetros que separam o país do Qatar, então, os valores são surpreendentes.
Nas plataformas de busca online, é possível encontrar voos de classe econômica saindo da cidade de São Paulo a partir de R$ 13,9 mil por pessoa. Mas, a depender do nível de conforto e número de escalas desejados pelo passageiro, os tíquetes saem acima dos R$ 25 mil.
Na hospedagem, o cenário também não é o mais animador para quem ainda não conseguiu sua reserva. Pela internet, em sites como Booking ou Airbnb, as ofertas estão diminuindo e aumentando de preço.
A organização oficial da Copa do Mundo também disponibilizou algumas opções de hospedagem para ajudar os milhares de estrangeiros que vão chegar ao Qatar no fim do ano. O site qatar2022.qa/book oferece hotéis e apartamentos, acampamentos e até navios. O preço das reservas por pessoa varia a depender do tipo de acomodação, variando entre US$ 84 e US$ 945 a noite.
Carlos Castro, planejador financeiro CPF pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros), destaca a importância de comparar os preços disponíveis, mas orienta que, dada a proximidade da viagem, já está na hora de tomar essa decisão. “Nos hotéis e nas passagens, tem uma dinâmica que não depende só do câmbio, que é a procura. À medida que a data do evento se aproxima, a procura aumenta, diminui a disponibilidade e o preço sobe”, explica.
Além de pesquisar por conta própria as opções, vale a pena também recorrer a pacotes nas agências de viagens. Nelas, pode ser mais fácil de encontrar mais opções aéreas e de hospedagem, com a segurança de ter uma empresa por trás coordenando. “Algumas agências de viagem, principalmente as oficiais, parcelam esses valores em reais, o que é um benefício para quem está comprando a viagem”, pontua Fernando Bueno, especialista em investimentos da Ágora Investimentos.
Qual moeda levar?
A moeda oficial do Qatar é o rial catariano, que vale cerca de R$ 1,27 na cotação atual. Mas não é preciso se preocupar com essa conta. Para quem for viajar, vale a pena calcular o dinheiro a ser levado em dólares. E esse parece estar jogando a favor dos torcedores brasileiros: recentemente, o real se valorizou, jogando a moeda americana a patamares não vistos desde 2020.
Com o dólar+3,55% na casa dos R$ 4,62 e a data da viagem se aproximando, quem for viajar pode começar a construir sua reserva em moeda internacional para os gastos com alimentação ou lembrancinhas no Qatar. Essa é a orientação do especialista em investimentos da Ágora.
“Não adianta comprar tudo de uma vez. Mas vale a pena já começar a comprar o dólar, porque está com preço interessante, e ir fazendo o que chamamos de preço médio”, diz Fernando Bueno. Na visão do especialista, o cartão de crédito deve ser levado apenas para emergências, já que possui taxas mais altas.
Para evitar de levar todo o dinheiro da viagem em espécie e, ainda assim, fugir dos juros do crédito, os cartões de débito internacionais são uma boa alternativa. Algumas casas e fintechs oferecem contas internacionais gratuitas ou a preços baixos, com um cartão de débito recarregável.
Carlos Castro, da Planejar, explica que essa é uma maneira para, inclusive, reduzir a cobrança de IOF. Na compra de papel moeda, o imposto é de 1,1%; no cartão de crédito, de 6,38%. “Você pode carregar esse cartão de débito internacional e usar lá fora como se estivesse transacionando papel moeda. É um meio termo, que permite que você pague o IOF de 1,1%, sem ter que levar o dinheiro em espécie”, diz.
Até que a Copa do Qatar inicie, é possível pensar se vale a pena investir os recursos na viagem. Quem achar o plano caro demais, não precisa se preocupar. Adiar o sonho de assistir ao Mundial in loco também é uma boa opção. A Copa de 2026 vai ser a primeira a ser sediada por três países em conjunto: Canadá, Estados Unidos e México.
Além da proximidade com o Brasil, ter mais tempo para planejar vai ajudar a baratear a viagem. “A pessoa tem bastante tempo para se planejar até lá, existem diversas opções de investimento que ajudam nesse planejamento de longo prazo. É uma Copa mais perto, mais acessível. Vai ser mais legal nesse sentido”, defende Bueno, da Ágora.