Saiba quais são os investimentos mais indicados após a nova queda da taxa de juros
O BC reduziu a taxa Selic para 11,75% ao ano. A decisão diminui a valorização da renda fixa, mas mantém o retorno da poupança
Renda Extra|Johnny Negreiros, do R7*
O novo corte da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, anunciado nesta quarta-feira (13) pelo BC (Banco Central), afeta diretamente os brasileiros com investimentos em títulos de renda fixa. Agora, o patamar de rendimento é de 11,75% ao ano.
A Selic é a taxa básica de juros de toda a economia brasileira. Ela é usada como referência para todos os tipos de investimentos. Porém, nas aplicações de renda fixa, aquelas que garantem uma remuneração-padrão todo mês, ela é o indicador empregado diretamente na rentabilidade.
A Anefac (Associação Nacional de Executivos) afirma que os fundos de renda fixa ainda são mais rentáveis que a poupança “na maioria das situações”, apesar da queda na taxa.
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Com a nova redução da taxa, a partir de 30 cenários possíveis, a associação calcula que em nove deles vale mais a pena investir na poupança que nos fundos.
Esses cenários variam de acordo com o prazo de resgate, ou seja, o tempo que o investidor pretende deixar o dinheiro rendendo antes de pegá-lo de volta, e com a taxa de administração cobrada pelo banco. Esse é o valor que a instituição financeira cobra para realizar a operação.
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Vale lembrar que, desde maio de 2012, os valores depositados na poupança passaram a ter uma trava de rentabilidade. A caderneta tem regras distintas para períodos em que a Selic fixa abaixo do patamar de 8,5% ao ano. Porém, como não é esse o caso atual, o rendimento da poupança antiga e o da nova permanecem iguais.
Selic menor muda o cenário
Com uma Selic menor, os educadores financeiros ressaltam que os investimentos de renda variável, que não pagam remuneração-padrão todo mês, ficam mais atrativos.
Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira), explica que a trajetória de queda da Selic revela que chegou a hora de repensar os investimentos. "A recomendação pode ser começar a pensar em linhas que não estão atreladas à Selic", avalia.
É importante citar o fato de que esse já é o quarto corte seguido de 0,5 ponto percentual promovido pelo Banco Central desde agosto deste ano.
"A aplicação deve ser escolhida de acordo com o prazo do que você quer realizar com esse dinheiro: curto [até um ano], médio [de um a dez anos] e longo prazo [acima de dez anos]", orienta Domingos.
Para Caio Canez de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, mesmo com a Selic em queda, os juros ainda seguem em patamares altos, e isso ajuda a renda fixa a se manter como um investimento atrativo.
"Além disso, a renda fixa possui um acréscimo, que são os prêmios de risco, e estes seguem em patamares altos. Isso segue atraindo recursos dos investidores", comenta.
Segundo Jorge, para o investidor pessoa física, LCI/LCA ou mesmo debêntures incentivadas são as melhores opções.
"A recomendação é escolher bem o emissor e não extrapolar o limite do FGC, porque são produtos isentos e de baixo risco. Outro ponto é que eles geralmente pagam mais que outros investimentos, como os CDBs e títulos públicos, por isso vejo mais vantagens", explica.
Ele lembra que em vários casos o dinheiro fica preso até o final, logo, é preciso investir o que não vaiprecisar de liquidez. Já para recursos com liquidez imediata, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário, que funcionam como empréstimos de consumidores para bancos) são as melhores opções, na opinião do especialista.
São títulos que podem ser rapidamente sacados, com o objetivo de o valor ser aplicado imediatamente. Essa característica é chamada de liquidez pelo mercado financeiro.
"Ainda acredito também nos prefixados de três anos aproximadamente. Os ativos ligados à inflação também são boas opções para quem quer se proteger. O importante é o investidor ter uma carteira bem diversificada e se atentar bem aos prazos e à liquidez", diz.
*Sob a supervisão de Mariana Botta
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