Uma levantamento da Paraná Pesquisas mostra que 68,5% dos entrevistados são contra a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) do ano passado que restringiu operações em favelas no Rio de Janeiro no período de pandemia, a não ser em casos excepcionais e com comunicação prévia ao Ministério Público. O tema voltou ao debate após operação da Polícia Civil no Jacarezinho no início de maio, que terminou com 29 mortos, sem um deles um policial. De acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (26), 24,5% se dizem a favor da medida adotada pelos ministros do Supremo. Outros 6,9% não responderam aos questionamentos. O trabalho ouviu 2.002 pessoas entre os dias 21 e 25 de maio, considerando os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. A margem de erro é de 2% para os resultados gerais. O grau de confiança é de 95%. Entre os que opinaram a favor da decisão, há um maior percentual de mulheres, com idades entre 16 e 24 anos, com ensino fundamental e residentes no Sudeste. Já entre os contra a medida do Supremo estão principalmente homens, de 25 a 34 anos, com ensino médio e residentes no Norte, Centro-Oeste e Sul. Após a ação do Jacarezinho, os ministros iniciaram julgamento de ação do PSB protocolada após a morte de dois adolescentes em operações na região metropolitana do Rio em um intervalo de 24 horas. O partido alegou 'agravamento do cenário fático de letalidade da ação policial no Estado do Rio de Janeiro, em pleno quadro da pandemia da covid-19', e busca criar novas regras. Em seu voto, o ministro Edson Fachin defende que o governo do Rio de Janeiro elabore e encaminhe à Corte, em até 90 dias, um plano para reduzir a letalidade policial no Estado e controlar violações de direitos humanos pelas forças de segurança fluminenses. Além disso, o ministro quer determinar que o Ministério Público Federal investigue alegações de descumprimento da decisão que suspendeu a realização de operações policiais no Rio, inclusive as relacionadas à ação que deixou 29 mortos no Jacarezinho. O julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.