Começou na manhã desta segunda-feira (12) o julgamento do anestesista Giovanni Quintella, acusado de estuprar uma grávida durante o parto em julho deste ano. Ele vai depor durante a audiência de forma remota por estar recebendo ameaças dentro do presídio de Bangu 8, onde está detido há cinco meses, segundo informações da Record TV Rio. Além disso, a lei garante que, em casos de estupro, a vítima e o abusador não se encontrem durante o processo, para evitar constrangimentos a quem sofreu o crime. Nesta primeira audiência, devem ser ouvidos oito testemunhas de defesa e oito de acusação, entre elas a vítima, o marido dela e a delegada Bárbara Lomba, que realizou a prisão em flagrante do médico e foi responsável pelo inquérito da Polícia Civil. Caso condenado, o antestesista pode pegar 15 anos de prisão por estupro de vulnerável. Além deste, ele é acusado de outros cinco abusos sexuais. O crime foi registrado por uma câmera escondida instalada na sala de cirurgia do Hospital da Mulher de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A Defensoria Pública alegou que a gravação do vídeo, feita pelas enfermeiras, é ilegal, pois foi feita sem conhecimento dos envolvidos nem autorização da polícia ou do MP (Ministério Público). O argumento, no entanto, não foi aceito pela Justiça. Na decisão, foi afirmado que crimes como esse são cometidos às escondidas e que a vítima, sedada de forma exagerada pelo agressor, não teria condições de denunciar o fato nem depor a respeito. Além disso, a gravação foi feita por profissionais da saúde que tinham o dever de agir em defesa da paciente. A defesa também chegou a pedir que Giovanni Bezerra aguardasse o julgamento em liberdade e solicitou a realização de um teste de sanidade do cliente, sob o argumento de que o médico tem transtornos psicológicos na família e fazia uso de medicamentos que aumentam o desejo sexual. Ambos os pedidos foram negados.