Após bate-boca, deputados vão responder por quebra de decoro parlamentar e podem perder mandato
Cidinha Campos e Domingos Brazão entraram com representação um contra o outro na Alerj
Rio de Janeiro|Do R7
Após protagonizarem um bate-boca na última terça-feira (3), os deputados Domingos Brazão (PMDB) e Cidinha Campos (PDT) vão responder por quebra de decoro parlamentar e podem ser punidos até com a perda do mandato.
Ambos entraram com representação na corregedoria da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Segundo o deputado Comte Bittencourt, corregedor da casa, os documentos ainda serão analisados.
— Eles entraram com representação um contra o outro. Fiquei sabendo que a deputada também entrou com queixa na polícia. Estava presente na audiência, mas me retirei quando a discussão começou. Foi quebra de decoro passível de advertência ou até perca de mandato. Nós ainda iremos julgar.
A deputada registrou ocorrência contra Brazão na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) por ameaça e injúria. A confusão teria começado quando a deputada apresentava uma emenda ao novo código, sugerindo que os processos por enriquecimento ilícito investigados pelo Conselho de Ética passassem a levar em conta toda a carreira do parlamentar e não somente aquele mandato, como são as investigações atualmente.
Segundo relato de parlamentares, Brazão ironizou a preocupação da colega com a ética parlamentar com diversos xingamentos e acusações de que ela “está no bolso do Cabral”. A deputada, por sua vez, reagiu às provocações do colega e disse que nunca havia sido presa, como já teria ocorrido com Brazão. Foi quando o deputado do PMDB começou a gritar para a colega do PDT termos como “vagabunda” e “p... velha”, segundo uma parlamentar relatou à reportagem.
O deputado Domingos Brazão informou que entrou com uma representação no Conselho de Ética da Alerj contra Cidinha Campos por calúnia e difamação, já que a parlamentar, segundo Brazão, o teria acusado de ser assassino durante a confusão. Brazão disse ainda ao R7 que Cidinha se referia à morte de um homem, há mais de 30 anos, que invadiu a casa de sua família. O deputado afirmou tê-lo matado em legítima defesa para proteger seus pais. O caso, de acordo com Brazão, já teria sido encerrado pela Justiça com sua absolvição.
Sobre os palavrões utilizados para ofender Cidinha, Brazão reconheceu que houve excessos de ambas as partes. No entanto, ele afirma que foi provocado pela colega. Segundo ele, a deputada possui histórico extenso de ofensas a outros parlamentares. Ele salienta que isso ocorreu devido à aproximação das eleições.