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Ativista acusa PMs de abordagem violenta na zona norte do Rio

Raull Santiago, do coletivo Papo Reto, saía de reunião no Complexo da Maré com amigos quando foi abordado; ação foi transmitida em rede social

Rio de Janeiro|Igor Rodrigues, do R7*

Ativista filmou abordagem em suas redes
Ativista filmou abordagem em suas redes

O ativista Raull Santiago, fundador do Coletivo Papo Reto, e mais três amigos foram alvos de uma abordagem policial na noite desta quarta-feira (19). Raull estava saindo do Complexo da Maré, onde participava de uma reunião da ONG Redes da Maré e seguia para a comemoração do seu aniversário. 

No vídeo ao vivo, ele conta que saiu da comunidade com os amigos em três motos quando foram abordados por policiais do Choque na altura da passarela 10 na avenida Brasil. Os policiais pediram para dois dos amigos pegarem suas identidades.

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Após vinte minutos de abordagem, o policial pediu a identidade de Raull, que filmava a ação e entregou um cartão do coletivo enquanto procurava o RG. Neste momento, o ativista pergunta ao policial o nome dele e se pode apoiar a mochila em uma grade para conseguir achar o documento. Ele questiona se o policial está empurrando, já que ele não se recusou a entregar a identidade. PM diz que vai revistá-lo e o vídeo é cortado em seguida.


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Raull pediu para ir à delegacia prestar queixa, pois disse que precisava fazer alguma coisa em relação a abordagem da PM. Em outra live, ele disse que não acredita que esse tipo de coisa aconteça em outros endereços, como a zona sul, por exemplo, mas vê com frequência no Complexo da Maré.

“O policial falou isso: ‘pô, vocês estavam saindo do Complexo da Maré, em três motos!’ Ou seja, pra sociedade, um jovem negro, favelado, saindo de moto já é suspeito, já é criminoso”, disse Raull a repórteres na porta da delegacia.


Em nota, a Polícia Militar disse que os agentes atuavam "com o objetivo de reduzir os indicadores de criminalidade", quando avistaram as motocicletas. A corporação diz ainda que Raull e os amigos "se mostraram incomodados e não colaboraram" e que "visando resguardar as suas próprias condutas, todos foram encaminhados para 21ª DP a fim de registrar a ação".

A PM informou também "que a abordagem é uma das principais ações preventivas voltadas para a redução dos índices criminais e transmissão de maior sensação de segurança. Reconhecemos o desconforto causado, mas destacamos que a colaboração da população a este tipo de serviço, agiliza a ação e a torna mais segura e efetiva".

*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa

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