Biblioteca Nacional recupera mais 4 obras roubadas de acervo no Rio
De acordo com as investigações, as peças foram furtadas, em 2004, por um homem apontado como um dos maiores ladrões de arte do Brasil
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro anunciou, nesta segunda-feira (3), a recuperação de mais quatro obras roubadas do seu acervo há cerca de 14 anos. Três desenhos originais do alemão Keller-Leuzinger e uma litogravura do suíço Buvelot & Moreau foram devolvidos nesta tarde à instituição, segundo informações da assessora Ester Lima.
De acordo com as investigações conduzidas pela Polícia Federal, as peças foram furtadas, em 2004, por um homem apontado como um dos maiores ladrões de arte do Brasil.
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O suspeito, que esteve preso em 2016, em São Paulo, mas, atualmente responde ao processo em liberdade, confessou o crime por meio de cartas. Nelas, Laéssio Oliveira afirmou que parte dessas obras estavam expostas no Itaú Cultural.
Após o caso ser revelado, a Biblioteca Nacional do Rio e o Itaú Cultural firmaram uma parceria para fazer uma análise em 102 peças do acervo da Coleção Brasiliana Itaú.
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Em oito meses de trabalho, a perícia confirmou a legitimidade de quatro obras, reintegradas à biblioteca hoje, e de mais oito, devolvidas em março deste ano. Além disso, 41 peças devem passar por uma nova perícia, já que o resultado do laudo foi inconclusivo. Outras 25 ainda estão em análise.
Em nota, o Itaú Cultural, destacou que as peças foram adquiridas de "boa fé" de um pesquisador e que está atuando em estreita colaboração com a Biblioteca Nacional e as autoridades para esclarecer a origem das obras de sua coleção.
O Itaú Cultural acrescentou que seu acervo está aberto para quaisquer verificações por parte de outras instituições.
O suspeito
Em 2017, o suspeito do roubo deu uma entrevista para a RecordTV. A reportagem mostrou que Laéssio Oliveira usava um estilete para furtar as obras raras. Ele teria lucrado mais de R$ 6 milhões esta prática.
Condenado a 10 anos de prisão pelo crime, o suspeito disse que não se sentia mal de tirar a possibilidades dos brasileiros de conhecerem a própria história.
Assista ao vídeo: