O advogado João Tancredo, que defende a família da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, acredita que o Estado do Rio de Janeiro está omisso quanto ao apoio que deveria dar aos parentes da mulher.
— Eles [parentes] estão sem tratamento [psicológico]. É urgentíssimo, e o Estado não faz nada para cuidar disso.
Tancredo entrou com ação na Justiça contra o estado do Rio, no dia 1º de abril, e aguarda uma decisão liminar. Ele cobra indenização de cerca de R$ 720 mil à família de Cláudia.
— O pedido é de indenização, pensão, tratamento médico, danos morais, pagamento de funeral e sepultura. A gente indica para o juiz o valor de mil salários mínimos, que é uma indicação, não é um pedido, apontando para ele o critério que foi adotado no caso da chacina da Baixada Fluminense [em 2005, com 29 mortos], os familiares receberam mais ou menos esse valor. Ela ganhava R$ 804, que a gente quer como pensão, e mais o tratamento psicoterápico.
Cláudia foi baleada durante operação policial no Morro da Congonha, em Madureira, no dia 16 de março, e teve o corpo arrastado por mais de 300 metros, preso ao porta-malas de uma viatura policial.