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Caso Henry: PM tenta interromper discussão entre advogado de Jairinho e assistente de acusação

Sessão tumultuada foi marcada por discussões entre juíza Elizabeth Machado Louro e Cláudio Dalledone, da defesa do ex-vereador

Rio de Janeiro|Victor Tozo, do R7*, com Fernanda Macedo, da Record TV Rio

Perito Leonardo Tauil, responsável pelo laudo de necropsia de Henry, é ouvido por juíza
Perito Leonardo Tauil, responsável pelo laudo de necropsia de Henry, é ouvido por juíza Perito Leonardo Tauil, responsável pelo laudo de necropsia de Henry, é ouvido por juíza

audiência no Tribunal de Justiça do Rio, nesta quarta-feira (1º), sobre a morte do menino Henry Borel foi marcada por discussões do advogado Cláudio Dalledone, da defesa de Jairo Souza Santos Júnior, com o assistente de acusação Cristiano Medina da Rocha e até com a juíza Elizabeth Machado Louro.

A confusão entre os advogados começou após Dalledone reclamar da falta de objetividade das perguntas feitas pela acusação a Leonardo Tauil, perito responsável pelo laudo de necropsia da criança. Nesse momento, um policial militar tentou interromper a discussão.

Na sessão, que começou às 10h45, Dalledone também bateu boca com a juíza por considerar que os questionamentos feitos pelo promotor de Justiça a Leonardo estariam induzindo o perito.

Em mais de uma ocasião, Dalledone solicitou à juíza que impedisse o promotor de prosseguir o interrogatório, o que foi negado. A magistrada, que também fez perguntas ao perito, afirmou que, se fosse interrompida pelo advogado mais uma vez, ele seria retirado da sessão.

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Elizabeth Machado Louro: "Se o senhor continuar, o senhor vai sair daqui. Vai ficar lá fora".

Cláudio Dalledone: "Não fico lá fora porque sou advogado".

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Elizabeth Machado Louro: "Então, o senhor chama a polícia para me prender".

Durante o intervalo da audiência, o advogado afirmou à imprensa que vai entrar com uma representação contra a juíza no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

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"A primeira medida que se impõe e a defesa espera é que seja reconhecida a suspeição da Dra Elizabeth, flagrantemente é suspeita de julgar esse caso: emite opiniões pessoais, não respeita a advocacia, não respeita o advogado e está achando que a Justiça é um faz-de-conta. Nós iremos, dentro das nossas prerrogativas profissionais, como advogados, fazer o Estado Democrático de Direito. Respeito a autoridade da juíza, mas não respeito esses limites ultrapassados por ela", afirmou Dalledone.

Depoimento do perito

Entre os questionamentos feitos ao peritoLeonardo Tauil, estava o fato de no laudo da morte constar que o corpo de Henry saiu do Hospital Municipal Lourenço Jorge para o IML. No entanto, a criança estava no Hospital Barra D'Or.

Leonardo admitiu o erro e explicou que a maioria dos cadáveres que chega ao Instituto Médico-Legal da região vem do hospital municipal, que é a unidade de referência.

Além disso, o perito informou que não fotografou o corpo de Henry — prática que não é obrigatória, mas recomendada. Os laudos complementares foram realizados após solicitação do delegado e baseados em fotos que ele afirmou não ter tirado. Segundo Leonardo, as imagens recebidas o ajudaram a descrever melhor as lesões de Henry.

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O especialista também respondeu sobre as dúvidas a respeito de o menino estar de fralda no momento da chegada ao instituto, afirmando que a prática é comum entre os corpos levados ao necrotério.

Em seu depoimento, o perito também destacou que é extremamente improvável que as manobras de reanimação feitas pela equipe médica que atendeu Henry tenham causado alguma das lesões apontadas no laudo. Ele ressaltou ainda que os ferimentos eram incompatíveis com uma queda da cama ou de algum dos móveis presentes no quarto do menino.

Assistente técnico indicado pela defesa é ouvido

Em seguida, a juíza ouviu o assistente técnico Sami El Jundi, contratado pela defesa de Jairinho, que contesta pontos apresentados pelo perito.

Na avaliação de Sami El Jundi, chamou a atenção "a pobreza de elementos descritivos" no laudo da necropsia. Ele afirmou ainda que elementos foram adicionados em laudos complementares.

Ao responder questionamentos da defesa de Jairinho, Sami El Jundi explicou que no primeiro documento o perito mencionou a laceração hepática, mas não descreveu as características da dimensão, o que seria fundamental para fazer elucubrações sobre a capacidade da lesão de produzir ou não a morte, em determinado espaço de tempo.

O profissional considerou que algumas lesões apontadas no laudo da morte podem ter sido causadas pelo procedimento de reanimação. 

Testemunha saiu sem permissão

A audiência foi pausada pela manhã após uma testemunha ter deixado o tribunal sem permissão. De acordo com o Ministério Público, o homem afirmou que iria para o hotel e voltaria seis horas depois, o que é proibido.

Preso em penitenciária de Bangu, Jairinho acompanhou a sessão de forma remota
Preso em penitenciária de Bangu, Jairinho acompanhou a sessão de forma remota Preso em penitenciária de Bangu, Jairinho acompanhou a sessão de forma remota

A sessão foi acompanhada virtualmente por Jairinho, que está preso no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, desde abril do ano passado. Ele e a mãe de Henry, Monique Medeiros, são acusados pelo homicídio triplamente qualificado do menino.

A Justiça concedeu, em abril deste ano, liberdade condicional a Monique, após ela denunciar que sofria ameaças de outras detentas na cadeia. Ela é monitorada por tornozeleira eletrônica e está proibida de se comunicar com terceiros, principalmente testemunhas. 

*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira

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