Caso Marielle: três presos serão ouvidos pela Justiça no Rio
PM reformado Ronnie Lessa, o amigo dele, e ex-PM Elcio Queioz serão levados para audiência de custódia para prestar esclarecimentos sobre arsenal
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
Três presos nas investigações sobre as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, há exato um ano, serão ouvidos em uma audiência de custódia no presídio José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (14).
O comboio da polícia com o trio saiu por volta de 12h, da Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste, em direção à penitenciária. Durante o trajeto, houve uma parada no IML (Instituto Médico Legal) para realização do exame de corpo de delito.
Inicialmente, apenas Alexandre Mota, preso em flagrante com um arsenal em casa, seria levado à audiência, segundo o TJ-RJ. No entanto, a juíza da Central de Custódia decidiu tomar o depoimento também de Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, apontado com envolvidos diretamente nos assassinatos, em relação à apreensão das armas.
De acordo com as investigações, o PM reformado Ronnie Lessa é o suspeito de atirar contra o carro da vereadora. Já Elcio Queiroz dirigiu o veículo em que os suspeitos ocupavam, de acordo com a polícia.
E Mota é amigo de infância de Lessa. Ele foi preso em flagrante com 117 fuzis e munições durante as investigações do caso. A apreensão na residência de Alexandre Mota foi considerada a maior já realizada pela Polícia Civil no Estado do Rio de Janeiro. No local, os agentes também encontraram cerca de 60 peças de montagem de armas e R$ 100 mil.
Marielle: RJ tem dificuldade para resolver crimes contra políticos
Ao ser questionado pela polícia, o suspeito afirmou que guardou caixas a pedido de Lessa e que não sabia sobre o conteúdo do material.
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Após a prisão, o advogado de Alexandre Mota negou que ele tenha qualquer envolvimento com as mortes de Marielle e Anderson. Ele acrescentou ainda que não havia motivo para manter Mota preso.
Após as prisões de dois ex-PMs na terça (12), as investigações entraram em uma segunda fase. A Polícia Civil e o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) tentam desvendar quem é o mandante do crime.