Chefe de esquema de pirâmide é flagrado com picanha em cela
Glaidson Acácio dos Santos foi transferido para Bangu 1 após material ser encontrado em inspeção no presídio
Rio de Janeiro|Márcio Mendes, do R7*
A Sispen (Superintendência de Inteligência) da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) encontrou peças de carnes e quatro aparelhos celulares na cela de Glaidson Acácio dos Santos e Tunay Pereira Lima, presos por suspeita de participar do esquema ilegal de bitcoins que movimentou cerca de R$ 38 bilhões.
A inspeção foi realizada, nesta terça-feira (28), após a inteligência receber informações de que os presos estariam com materiais não permitidos.
Após o resultado das buscas, e pelas diversas denúncias sobre a chegada de materiais ilícitos na unidade, os dois prisioneiros vão ser transferidos para a Penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1) até que sejam concluídas as apurações da Corregedoria.
Todos os servidores da unidade estão sendo ouvidos e a equipe da direção (diretor, subdiretor e chefe de segurança) será exonerada.
Esquema de cripmoedas
O empresário Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, foi preso durante a Operação Kryptos, da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, em agosto deste ano.
Os agentes encontraram uma enorme quantia de dinheiro vivo em sua mansão, na zona oeste do Rio de Janeiro. A empresa já era investigada há dois anos pelo esquema, mas se disfarçava de consultoria em bitcoins, moeda digital que usa uma tecnologia que permite a negociação direta entre as partes, sem precisar, por exemplo, de uma instituição financeira para fazer a compensação da transação.
O esquema de Glaidson prometia lucros acima da média para os clientes, uma armadilha comum nesse tipo de esquema. Além da GAS Consultoria Bitcoin, pelo menos outras dez empresas que oferecem investimentos com retornos financeiros rápidos são alvo da investigação.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa