CPI da Comlurb: relatório não aponta responsabilidade de Crivella
Presidente da comissão, vereadora Teresa Bergher vai pedir que documento seja encaminhado a outros órgãos para que investigação seja aprofundada
Rio de Janeiro|Maurício Ferro, da RecordTV Rio
O relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Comlurb apresentado nesta quarta-feira (12) pelo vereador Thiago K Ribeiro (MDB), na Câmara Municipal do Rio, não apontou crime de responsabilidade do prefeito Marcelo Crivella (PRB).
Com seis meses de duração, a CPI da Comlurb ouviu testemunhas para apurar denúncias sobre utilização indevida da máquina pública para beneficiar candidaturas amigas. Funcionários da empresa municipal foram levados em carros da companhia para um evento na quadra da Estácio, no centro do Rio, com a presença de candidatos ao pleito de 2018.
Entre eles estavam o filho do prefeito, o então candidato a deputado federal Marcelo Dodge Crivella (PRB), e o candidato ao Senado Eduardo Lopes (PRB).
O relator confirmou a realização de um evento político-eleitoral, mas eximiu o prefeito de ter cometido infrações.
“Pudemos apurar que houve, sim, um evento político. Cabe, sim, à Justiça Eleitoral investigar. Houve, sim, uma falha administrativa de alguns funcionários da Comlurb – servidores públicos – que já foram punidos de acordo com o que determina o regimento da empresa pública, a Comlurb. Mas não houve nenhum crime de responsabilidade do prefeito Marcelo Crivella”, afirmou K Ribeiro.
Ele ainda confirmou que vai atender aos pedidos da vereadora Teresa Bergher, presidente da CPI, para encaminhar o relatório ao MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), MPE (Ministério Público Eleitoral) e TCM (Tribunal de Contas do Município). O objetivo é repassar as informações colhidas pela comissão para que os órgãos aprofundarem as investigações.
Sugestões
Além de sugerir o encaminhamento do documento para outros órgãos, a vereadora Teresa Bergher afirmou que tem outras sugestões para dar ao relator. Ela, porém, não detalhou quais sugestões seriam essas. Todo esse material está previsto para ser votado na próxima terça-feira (18).
Até a sessão desta quarta-feira, havia uma informação de que Bergher poderia apresentar um voto em separado dos demais. Essa hipótese foi praticamente descartada. Ela própria disse que não tem um relatório alternativo, quando questionada se haveria um documento desse tipo já escrito.
“Já estão prontas as sugestões”, afirmou ela.