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Em dois anos, 28 crianças morreram de bala perdida, diz ONG

Na quarta-feira (20), dois meninos de 14 anos foram mortos por bala perdidas em diferentes pontos do Rio de Janeiro; 2018 já tem 8 vítimas

Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*, com Record TV Rio

Marcos Vinicius foi baleado quando volta da escola
Marcos Vinicius foi baleado quando volta da escola

Na última quarta-feira (20), dois adolescentes de 14 anos foram mortos por balas perdidas no Rio de Janeiro. Guilherme Henrique Pereira foi atingido após um carro disparar contra pessoas que estavam na calçada da avenida Falcão da Frota, próximo à comunidade da Vila Vintém, na zona oeste. Já Marcos Vinicius ia para o colégio quando foi baleado durante uma operação da polícia no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. A menos de 2 km do local do crime, próximo a duas escolas da comunidade, a ONG Redes da Maré contabilizou mais de 100 marcas de tiros no chão.

Em entrevista à Record TV, o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, disse que 50 crianças com idades entre zero e 14 anos foram vítimas fatais em decorrência de balas perdidas no Rio desde 2007. Só nos últimos dois anos, foram 28 casos.

— Em geral, são meninos e meninas pobres que têm sua via interrompida em confronto entre policiais e traficantes ou disputa de controle territorial por parte de facções criminosas. Qual o ganho para a Segurança Pública justifica a morte de uma criança pobre? Quem daria a vida de um filho em troca da prisão ou da morte de um bandido? Urge que as nossas autoridades públicas, antes de usarem a força nas operações policiais das Forças Armadas, usem a inteligência.

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Dos R$ 9 milhões destinados à Segurança Pública no Estado em 2016, apenas R$ 26 mil foram investidos em serviços inteligência, segundo a cientista social Silvia Ramos. O valor representa menos de 1%.

De acordo com a pesquisadora, as mortes causadas pela violência no Estado só poderão ser contidas se a política de segurança priorizar inteligência, investigação e planejamento no lugar do enfrentamento.


— É preciso menos intervenção policial de confronto, menos tiroteio, menos enfrentamento de quem está armado com fuzil e voltar para uma política concentrada de inteligência, planejamento e desarticular essas quadrilhas que trazem os fuzis e as munições. Pelo que a gente escuta de tiroteios por toda a cidade, a gente vê que os criminosos não estão economizando, está entrando munição todo dia. Se a gente puder conter o fluxo antes que eles entrem nas comunidades, terá sido muito melhor. Apreender fuzil sem dar nenhum tiro, acho que esse deve ser o nosso foco.

Procurado pelo R7, o Gabinete de Intervenção Federal afirmou que é um órgão de gestão e que demandas sobre planejamento das operações e uso do serviço de inteligência devem ser encaminhados para órgãos que respondam pela área operacional de cada ação.


Veja as entrevistas:

*Estagiária do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira e PH Rosa

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