Em greve no RJ, professores da rede estadual fazem passeata até a sede do governo
Profissionais se reúnem em assembleia nesta tarde. Segundo a Secretaria de Educação, 96% trabalharam no 1º dia de paralisação
Rio de Janeiro|Do R7
Em greve, os profissionais da educação da rede estadual têm uma nova assembleia marcada para esta quinta-feira (18), no Largo do Machado, zona sul do Rio, seguida de passeata até o Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
Os profissionais reivindicam a implementação do piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários administrativos baseado no salário mínimo nacional.
Segundo o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado), o governo não quer aplicar a medida a todas as categorias, somente reajustar os salários dos professores que estão abaixo do piso — o que atenderia 33% dos aposentados e 42% da ativa, conforme dados da Secretaria Estadual de Educação.
Para o Sepe, o correto é o piso ser implementado a partir do vencimento inicial da carreira e ser adequado proporcionalmente aos demais níveis, conforme o atual Plano de Carreira da categoria.
A Secretaria Estadual de Educação declarou que não há disponibilidade orçamentária e financeira no momento para aplicação do plano de cargos e salários, já que o estado do Rio está em regime de recuperação fiscal.
Além disso, a pasta informou que o pagamento do piso nacional para quem não recebe o valor correspondente terá um impacto significativo para quase metade do funcionalismo.
Primeiro dia da greve
Nesta quarta-feira (17), cerca de 96% dos professores da rede trabalharam normalmente, segundo a Secretaria de Educação do Rio. O percentual foi calculado mediante o registro da frequência dos profissionais nas escolas da rede, informou a pasta.
Já o sindicato declarou que só terá o índice de adesão à paralisação após a realização da assembleia nesta tarde.
Pior salário do Brasil
Ainda de acordo com o Sepe, o Rio paga o pior salário do Brasil para os educadores da rede estadual. Enquanto o piso nacional é de R$ 4.420, o professor de uma escola estadual tem um piso de R$ 1.588 como vencimento base (18 horas semanais).
Já os funcionários administrativos (serventes, merendeiras, porteiros, inspetores de alunos etc), em sua maioria, recebem um piso menor do que o salário mínimo (R$ 802,00).
O estado tem 1.230 escolas estaduais, com 23 mil turmas e mais de 678 mil alunos nos 92 municípios fluminenses.