Em troca de mensagens, ‘Gardenal’ do CV cobrava compra de drones noturnos: ‘Adequar à tecnologia’

A denúncia do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que desencadeou a megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte carioca, revela que a quadrilha não se preocupava apenas com o poder bélico, mas também com o uso da tecnologia na proteção e no monitoramento do território.

Em conversas em aplicativos de mensagens obtidas pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), o traficante Carlos da Costa Neves, o “Gardenal”, cobra a aquisição de drones noturnos: “A gente tem que se adequar à tecnologia, entendeu?”

Gardenal seria responsável por orientar o grupo criminoso sobre a compra dos equipamentos e outros acessórios de segurança, além de armas de fogo.

O receptor da mensagem é Washington Cesar Braga da Silva, o “Grandão” ou “Síndico da Penha”, apontado como um dos gerentes da facção criminosa no conjunto de favelas. No trecho, Grandão afirma não ter o equipamento.

Homem de confiança de Doca: Quem é Gardenal?

Ainda segundo a denúncia, o criminoso ocupa o cargo de gerente-geral do tráfico de drogas no Complexo da Penha. Ele também comanda a expansão do CV para a região de Jacarepaguá, na zona sudoeste do Rio, ao lado de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”.

Gardenal é um dos homens de confiança da facção e exerce chefia sobre a maioria dos traficantes da Penha. Na região, acima dele estão apenas Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, e Pedro Paulo Guedes, o “Pedro Bala”.

Conforme a denúncia do Ministério Público, a longa experiência no crime também é usada para orientar os criminosos iniciantes. Em outra troca de mensagens, ele orienta como um soldado deve posicionar o fuzil.

Contra Gardenal constam 12 mandados de prisão em aberto. Ele é procurado por crimes como tráfico de drogas, homicídio e associação ao tráfico.

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