Ex-governador Sérgio Cabral é condenado pela 11ª vez na Lava Jato
De acordo com a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), sete empresas ligadas ao ramo de transporte e imóveis movimentavam dinheiro ilegal
Rio de Janeiro|Karolaine Silva, do R7*
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado, nesta quarta-feira (28), a mais 18 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
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A decisão é do juiz Marcelo Bretas, que conduz as ações da Lava Jato na capital fluminense. Com isso, Cabral chega a 11ª condenação na ação, totalizando mais de 234 anos de pena.
De acordo com a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), existia um esquema criminoso entre seis empresas de transporte e uma de imóveis, todas administradas por Jaime Luiz Martins e João do Carmo Monteiro Martins.
O documento revela que entre 2007 e 2014, foram transferidos cerca de R$ 8 milhões de contas das empresas mencionadas para contas de empresas dos esquemas de Cabral.
A sentença também cita que um dos atos de lavagem de dinheiro ocorreu através da venda de um imóvel na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Mas nesta prática Sérgio Cabral foi absolvido.
Para descoberta do esquema foram realizadas medidas de busca e apreensão e quebra de sigilo fiscal dos envolvidos, a partir da delação premiada dos Martins.
A denúncia indica que ambos eram responsáveis por colocarem dinheiro ilegal com aparência de lícito na contabilidade de empresas ligadas ao grupo criminoso.
Jaime Luiz foi condenado a 12 anos, dois meses e 20 dias de reclusão mais multa, por lavagem de dinheiro e João do Carmo a 12 anos, dois meses e 20 dias de reclusão mais multa, pela mesma prática. Mas, por causa da delação, tiveram a sentença revogada e vão prestar serviços à comunidade.
A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) também aponta outros envolvidos na ação. Foram condenados:
Ary Ferreira da Costa Filho a 12 anos, dois dias e 20 dias de reclusão e multa por lavagem de dinheiro. Ele é apontado como o mais importante operador financeiro de Cabral.
Sergio de Castro a 6 anos e oito meses de reclusão mais multa, por lavagem de dinheiro. O documento diz que ele tem uma longa ligação com Cabral e foi o primeiro operador financeiro do ex-governador no início dos anos 2000.
Gladys Silva de Castro Oliveira à pena total de oito anos, 10 meses e 20 dias de reclusão mais multa, por lavagem de dinheiro.
Sonia Ferreira Baptista a 11 anos, um mês e 10 dias de reclusão mais multa, por lavagem de dinheiro, apontada como “pessoa de forte vínculo pessoal e de grande confiança de Cabral”, apesar de não exercer cargo público.
A ação é mais um desdobramento das operações Calicute, Eficiência e Mascate, que revelaram parte das ramificações da organização criminosa liderada por Cabral.
A reportagem tenta contato com a defesa do ex-governador.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Ana Vinhas.