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Ex-secretário de Saúde Fernando Ferry presta depoimento à Alerj

Após ficar um mês no cargo, Fernando Ferry afirmou aos parlamentares que faltava transparência e independência para trabalhar

Rio de Janeiro|Raíza Chaves, do R7*

Ferry pediu demissão
na segunda-feira (22)
Ferry pediu demissão na segunda-feira (22)

O ex-secretário Estadual de Saúde Fernando Ferry prestou depoimento às comissões de Saúde e Fiscalização nesta quinta-feira (25) durante uma audiência virtual da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

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Ferry pediu exoneração na última segunda-feira (22), após ficar um mês como chefe da pasta, que assumiu durante a pandemia e em meio às investigações sobre desvios de verbas para aquisição de equipamentos e construção de hospitais de campanha no combate ao novo coronavírus.

Na sessão, o ex-secretário disse que quando assumiu a função, os recursos eram suficientes para resolver os problemas da Saúde, mas faltava transparência e independência para trabalhar.


Ele acrescentou que o fato de não ter condições para pagar as pessoas também influenciou em sua decisão.

"Tínhamos cerca de R$ 330 milhões em caixa. Desse valor, R$ 168 milhões já estavam comprometidos com empenho e pagamentos de contratos, mas ainda sobraria R$ 155 milhões para gerir", detalhou Ferry.


Ao ser questionado pelo deputado Renan Ferreirinha (PSB), se houve alguma intervenção política nos trabalhos, Ferry respondeu que não.

"Em nenhum momento fui tolhido politicamente, mas fiquei com muito medo de sujar o meu CPF com processos que não fiz parte, principalmente após ler o relatório da CGE-RJ (Controladoria Geral do Estado do Rio de Janeiro), que vou encaminhar para a comissão", afirmou.


Sobre a contratação de serviço, emissão de faturas e pagamentos de notas de empenho, Ferry disse que os trâmites eram responsabilidade de uma mesma secretaria e que não pretendia separar os setores.

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Hospitais de Campanha

Em relação aos hospitais de campanha, o ex-secretário afirmou que já foi gasto um valor alto na construção dos espaços e que a decisão de concluir as obras ou interrompe-las deve ser tomada por um colegiado.

"Talvez transformar esses espaços em enfermarias seja algo mais viável e com um custo mais baixo, mas é preciso conversar isso também com os conselhos e sindicatos. Cabe ao novo secretário decidir o que fazer agora", concluiu.

Por fim, o deputado estadual Luiz Paulo (PSDB) perguntou se foi Ferry que rompeu o contrato com a OS (Organização Social) Iabas, responsável pela construção de alguns dos hospitais de campanha.

“São dois contratos distintos. Um deles, do hospital Adão Pereira Nunes, a Fundação de Saúde estava se reestruturando as pressas para assumir e o contrato acabou. Havia possibilidade de renovação emergencial, mas não quis fazer nada com o Iabas", finalizou.

Em nota, a Iabas afirmou que considerando que o secretário não fez nenhuma crítica ao OS, o instituto não vê razão para se manifestar.

*Sob supervisão de Bruna Oliveira

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