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'Fizeram tudo arquitetado', diz irmã de policial morto por militares da Marinha no Rio

Renato Couto, assassinado por militares e por dono de ferro-velho, teria feito 18 registros de roubo de materiais de obra

Rio de Janeiro|Victor Tozo*, do R7, com Record TV Rio

Irmã disse que policial era exemplar
Irmã disse que policial era exemplar

Uma irmã do policial civil Renato Couto, morto por militares da Marinha e pelo dono de um ferro-velho na última sexta-feira (13), disse em entrevista à Record TV Rio que o irmão foi jogado ainda com vida no rio Guandu, onde foi encontrado nesta segunda (16).

"Meu sentimento é de revolta. Ele tinha chances de ser levado a um hospital. Podiam ter jogado ele no mato, para que pudesse ser socorrido", afirmou Débora Couto.

Ainda de acordo com a irmã, Renato havia feito 18 boletins de ocorrência para registrar furtos que havia sofrido durante uma obra que vinha sendo realizada na casa de sua mãe, na Tijuca, zona norte do Rio.

Débora também afirmou que o irmão conversou amigavelmente com o dono do ferro-velho, Lourival Ferreira de Lima, e que este chegou a concordar em devolver o material roubado mas acabou armando uma emboscada contra o perito papiloscopista.


"O filho dele [de Lourival] estava de serviço e chamou amigos militares, pegou uma viatura da Marinha, porque sabia que assim não iam ser parados. Tiveram o cuidado de criar um álibi. Fizeram tudo arquitetado", contou.

Antenor Lopes, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, afirmou, em entrevista coletiva realizada nesta segunda, que Bruno Santos de Lima, filho de Lourival e seu sócio no ferro-velho, atirou duas vezes contra o policial depois de colocá-lo em uma van da Marinha.


O delegado também disse que o grupo lavou a viatura em um lava-jato em Austin, na Baixada Fluminense, e outras duas vezes dentro do quartel da Marinha, após jogar o corpo de Renato em Engenheiro Pedreira, na mesma região. 

Bruno confessou o crime à polícia. Além dele e de Lourival, estiveram envolvidos na morte do agente o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares, que ajudaram no cerco ao policial e o colocaram dentro da van.


Segundo Débora, Renato era "um exemplo de homem" e o responsável pelo sustento da mãe. Ele também deixa dois filhos e a esposa.

O policial era perito desde 2016 no Instituto Félix Pacheco e, aos 18 anos de idade, chegou a fazer parte da Marinha do Brasil. 

Os militares e o dono do ferro-velho vão responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, de acordo com a Polícia Civil.

Em nota, a Marinha do Brasil lamentou o ocorrido e ofereceu solidariedade aos familiares da vítima. A corporação afirmou que está colaborando com os órgãos responsáveis pela investigação e que abriu um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da ocorrência.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira

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