Flordelis: morte de pastor completa 2 anos sem previsão de julgamento
Deputada é apontada como mandante do crime que teve 11 indiciados; Anderson do Carmo foi morto com mais de 30 disparos
Rio de Janeiro|Rafael Nascimento, do R7 *, com informações da Record TV Rio
A morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada Flordelis, completa dois anos nesta quarta (16). Onze pessoas foram indiciadas pelo crime, mas até hoje o júri popular ainda não foi marcado. O pastor foi assassinado com mais de 30 tiros na garagem da casa onde o casal morava com 55 filhos em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo as investigações , as motivações envolvendo os 11 indiciados foram dinheiro e poder. Flordelis é apontada como mandante do crime.
O caso
Na época, a deputada disse à polícia que o marido havia sido vítima de um assalto. No dia seguinte à execução, o filho biológico de Flordelis, Flávio dos Santos, foi preso no velório de Anderson, apontado como autor dos disparos. Horas depois da prisão dele, o irmão adotivo, Lucas dos Santos, também foi preso, sob suspeita de ter conseguido a arma do crime, que foi encontrada na residência da família.
Em novembro 2019, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) acusou Flordelis de ter fraudado uma carta, onde Lucas confessava ter executado o crime. As investigações provaram que a carta era falsa e, com isso, Flordelis e outros denunciados respondem também por falsidade ideológica.
Prisões
Em agosto 2020, a Polícia Civil e o MP-RJ prenderam mais nove pessoas envolvidas no assassinato, sendo a maioria filhos de Flordelis. A partir de depoimentos de testemunhas, a polícia chegou aos seguintes acusados:
Marsi Teixeira - filha adotiva;
Simone dos Santos Rodrigues - filha biológica da deputada;
Carlos Uburaci, filho adotivo;
Raiane dos Santos Oliveira - neta de Flordelis e filha de Simone
Adriano dos Santos Rodrigues - filho biológico;
André Luis de Oliveira - ex-genro de Flordelis;
Marcos Siqueira - ex-Policial Militar que entregou a falsa carta de Lucas para Adriano;
Andrea Siqueira - mulher do PM Marcos, que intermediou a negociação da carta falsa.
Imunidade parlamentar
Por conta da imunidade parlamentar, a deputada responde o processo em liberdade. Ela está obrigada pela Justiça a usar uma tornozeleira eletrônica e ao recolhimento noturno das 23h às 6h.
Flordelis deve ir a júri popular por homicídio triplamente qualificado; associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso, além de ser acusada pelas tentativas anteriores de homicídio a Anderson, por envenenamento e emboscada.
Afastamento do cargo
No dia 23 de fevereiro deste ano, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu pelo afastamento da parlamentar do cargo de deputada, contudo, o efetivo afastamento cabe à Câmara dos Deputados.
Por 16 votos a um, o Conselho de Ética da casa recomendou a perda do mandato de Flordelis. A decisão final pela cassação ou não caberá ao plenário. Para isso são necessários os votos de pelo menos 257 deputados, que configura a maioria absoluta, em votação aberta e nominal. O que ainda não tem data para a acontecer.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa