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Fortes chuvas provocam deslizamentos de terra no RJ

Temporais que atingem o Estado desde a noite de quarta-feira (7) provocaram estragos na capital e em municípios das regiões serrana, norte e noroeste

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

Rio está em estágio de atenção desde as 21h15 de ontem
Rio está em estágio de atenção desde as 21h15 de ontem Márcio Mercante/Agência O Dia

As fortes chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde a noite desta quarta-feira (7) provocaram estragos na capital e também em municípios das regiões serrana, norte e noroeste do Estado. A cidade do Rio está em estágio de atenção desde as 21h15 de ontem, devido à presença de áreas de instabilidade, com intensidade moderada a forte, na Baía de Guanabara.

O estágio de atenção é o segundo nível em uma escala de três e significa a possibilidade de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas. Na capital, os bairros mais atingidos pelo temporal foram Saúde, Penha, Madureira, São Cristóvão e Grota Funda, que registraram diversos pontos de alagamento.

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A chuva trouxe transtornos aos trens urbanos. A Estação Ramos da Supervia foi aberta para embarque e desembarque apenas às 6h50 desta quinta-feira (8), por causa de alagamentos nos túneis de acesso dos passageiros à estação.

Segundo a concessionária Supervia, a chuva atingiu também a Estação de Olaria. Além das bombas de sucção de água da estação, foi usado equipamento extra para drenar a chuva. A estação abriu mais tarde ao público, devido ao entupimento das galerias de águas pluviais.


Região serrana

O município de Nova Friburgo, na região serrana, foi muito atingido pelo temporal. Os rios Bengala, Santo Antônio, Cônego, Ribeirão São José e Córrego Dantas estão em estágio de atenção. O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) emitiu de madrugada um alerta para o risco de transbordamento de rios. Os principais cursos d'água de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis entraram em estado de vigilância após o temporal.


Em Petrópolis, a Secretaria de Defesa Civil registrou duas ocorrências por causa do acumulado de chuva na madrugada desta quinta-feira. No bairro Atílio Marotti, parte da rua cedeu devido ao acumulado de mais de 12 horas de chuva intensa no município. No momento, a via está interditada e equipes da Defesa Civil orientam os moradores no local. A prioridade é a segurança das famílias.

As aulas na Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo e no Liceu Municipal Carlos Chagas foram suspensas. No bairro Siméria, houve um deslizamento de terra no terreno nos fundos de uma casa, que não chegou a atingir o imóvel e não houve vítimas. Na Coronel Veiga, no centro de Petrópolis, o Rio Quitandinha transbordou por cerca de 10 minutos durante a madrugada.


A Defesa Civil permanece em estágio de atenção, já que a chuva é contínua em algumas regiões da cidade e existe previsão de chuva permanente ao longo do dia. A orientação da Defesa Civil é que a população redobre a atenção e fique atenta ao acionamento das sirenes de emergência, em função do acumulado de chuva que deixa o solo encharcado.

A queda de galhos de árvores na Praça D. Pedro, no centro, interdita um trecho da Rua da Imperatriz, no entorno da praça. O local foi colocado provisoriamente em meia pista para evitar acidentes. Equipes da Defesa Civil isolaram também parte da praça. Agentes de trânsito estão no local orientando os motoristas.

Angra e Paraty

A Defesa Civil de Angra dos Reis está em estado de atenção devido à forte chuva que atinge o município desde a quarta-feira (7).

Os primeiros alertas começaram a ser emitidos para a população, por SMS, na madrugada de hoje. Até agora, moradores de 13 localidades receberam alerta para deixar suas casas: Vila do Abraão e Praia do Bananal, na Ilha Grande; e Balneário, Serra d’Água, Zungu, Areal, Banqueta, Morros do Tatu, Peres, Glória, Glória II e Monte Castelo, no continente. Segundo a Defesa Civil, esse número pode sofrer alterações de acordo com a precipitação da chuva.

A recomendação para quem mora perto de áreas de encosta e sujeitas a alagamento é procurar o ponto de apoio das comunidades ou um lugar seguro para se abrigar. A Defesa Civil registrou queda de barreira no Morro da Cruz e queda de árvore sobre a rede elétrica na Praia do Machado.

O maior índice pluviométrico do primeiro dia de chuva forte foi registrado na Vila do Abraão, 146 milímetros. Segundo a Meteorologia, há previsão de chuva até domingo (11), e a população deve ficar atenta aos alertas da Defesa Civil. Quem ainda não recebe os avisos, pode se cadastrar enviando um SMS para o número 40199, incluindo o número do CEP da residência na mensagem do texto.

Há pouco, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) divulgou um alerta vermelho de acumulado de chuva no município de Paraty. Segundo o comunicado, existe grande risco de grandes alagamentos e transbordamento de rios e deslizamento de encostas.

Norte Fluminense

O prédio da prefeitura de Macaé, no norte fluminense, foi atingido pelo temporal, e o Executivo municipal decretou estado de calamidade pública. À tarde, a Secretaria de Saneamento informou que tinha sido restabelecido o abastecimento de água nas localidades de Glicério, Córrego do Ouro e Trapiche, devido a deslizamentos de terra e pedras.

Na região serrana de Macaé, os serviços de transporte que atendem à população da região serrana estão comprometidos devido à queda parcial da ponte sobre o Rio Trapiche.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, os bairros mais afetados são a Ilha Leocádia, Nova Esperança, Comunidade Novo Rio, Nova Holanda e Piracema.

Não há registro de desabrigados, mas, com apoio da Defesa Civil, grupos de desalojados foram remanejados para casas de parentes e amigos. Foi o caso de 51 moradores dos bairros Sol y Mar, São José do Barreto e Visconde, que precisaram sair de casa por causa de alagamentos.

Donativos

A Cruz Vermelha Brasileira está mobilizada para atender às pessoas afetadas pelas fortes chuvas que atingiram os municípios de Macaé, Maria Madalena e Trajano de Moraes, causando inundações e deixando um rastro de destruição pelo caminho.

Os três municípios foram identificados pelos técnicos da Cruz Vermelha Brasileira como os mais vulneráveis e que precisam de ajuda urgente.

A instituição está em campanha para arrecadar alimentos não perecíveis, colchões e água mineral, além de material de limpeza e higiene pessoal. As doações devem ser levadas à sede da instituição, localizada na Praça Cruz Vermelha, no centro do Rio.

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