Público já não via crânio de Luzia
Wilton Júnior/Estadão Conteúdo 6.8.2001Fóssil humano mais antigo a ser encontrado no Brasil, Luzia é guardada em uma sala no Museu Nacional, que pegou fogo neste domingo (2), no Rio de Janeiro. Ainda não há informações sobre o real estado das exposições no prédio histórico da Quinta da Boa Vista, na zona norte.
Luzia, nome que foi dado para o fóssil de uma mulher encontrada na cidade de Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais, ganhou reconhecimento em abril de 1998. Os ossos da mulher foram apresentados por uma plateia de cientistas pelo bioantropólogo Walter Neves, da USP (Universidade de São Paulo).
O esqueleto foi datado de 11,5 mil anos atrás e, segundo os especialistas, ela deve ter morrido aos 25 anos. Já no século 21, seu rosto foi reconstituído na Inglaterra.
A exposição de Luzia era um exemplo das dificuldades de estrutura pelas quais o museu de 200 anos, o mais antigo do país, passava. Apenas o busto que reconstituía suas prováveis feições estava ao alcance dos olhos do público. O esqueleto de Luzia havia sido preservado em uma caixa almofadada para evitar trepidações provocadas pelos visitantes.
Na época em que foi apresentada, a comunidade científica ficou surpresa com as características morfológicas de uma brasileira da pré-história, com traços semelhantes aos das populações originárias da África e da Austrália.
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