Freixo critica postura de advogado de manifestante preso
Deputado negou ter relações com autor de disparo que matou cinegrafista da Band
Rio de Janeiro|Do R7
O deputado estadual fluminense Marcelo Freixo (PSOL) nega ter qualquer ideia de quem seja o rapaz que acendeu o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade e diz que só conversou com a ativista Elisa Quadros, a Sininho, na manhã de domingo (9) porque ela ligou relatando o receio de que Fábio Raposo - que havia sido preso - fosse alvo de violência na cadeia. Freixo criticou o advogado de Raposo, Jonas Tadeu Nunes, por ter divulgado, sem consultar o deputado, o termo circunstanciado em que um estagiário de seu escritório de advocacia relata uma conversa telefônica com Sininho. No diálogo, segundo o estagiário, Sininho afirmou que o rapaz que acendeu o rojão tem ligação com Freixo.
Para o deputado, o advogado deveria tê-lo informado sobre essa conversa de Sininho com seu estagiário, antes de divulgar o episódio.
— O advogado saiu da delegacia e entregou o documento a uma repórter. E é o mesmo advogado do Natalino (Guimarães, ex-deputado estadual preso após uma investigação liderada por Freixo na Assembleia Legislativa do Rio). Ele já teve enfrentamento comigo, então precisava ter cuidado. Hoje, em um programa de rádio, o advogado me pediu desculpas. A acusação que paira é que eu tenho relação com essa pessoa (que acendeu o rojão), que ninguém sabe quem é. Mesmo se tivesse relação, isso não significaria concordar com a atitude da pessoa. Espero que essa pessoa seja descoberta e que isso seja esclarecido.
Segundo Freixo, na ligação que fez para Sininho, ele não ofereceu nenhum advogado para o manifestante.
— Quando a Sininho me ligou, eu expliquei que não fazia sentido (registrar a denúncia naquele momento), porque o preso nem tinha ido para a cadeia ainda, estava na delegacia. Além disso, eu não ofereci advogado nenhum, em nenhum momento, nem agora nem nas outras manifestações, porque a Comissão de Direitos Humanos (que Freixo preside na Assembleia) não tem esse papel nem essa estrutura.
Segundo ele, nem o partido nem seu gabinete na Assembleia prestaram qualquer auxílio jurídico a manifestantes, desde o início da onda de protestos, no ano passado.
— Lamento profundamente a morte do Santiago, e me assusta muito essa escalada de violência. Eu repudio qualquer forma de violência, de qualquer lado. Não acredito em violência nem como método nem como princípio.