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Gabinete de Intervenção decide fechar UPPs Vila Kennedy e Batan

Favelas com unidades de pacificação registraram quase 2 mil tiroteios nos últimos 12 meses; policiais serão enviados para reforçar efetivo de batalhão

Rio de Janeiro|Jaqueline Suarez, do R7*

A UPP Vila Kennedy foi a última unidade instalada pelo Governo do Estado
A UPP Vila Kennedy foi a última unidade instalada pelo Governo do Estado

A partir de abril, o programa de pacificação dever perder duas unidades na zona oeste do Rio de Janeiro. A decisão do Gabinete de Intervenção Federal foi anunciada nesta terça-feira (20), e motivada por um estudo da Polícia Militar, ainda em andamento, sobre as condições operacionais das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em cada comunidade.

Com a decisão, as UPPs da Vila Kennedy e do Batan deverão ser extintas e os policiais reintegrados ao efetivo do Batalhão de Bangu (14º BPM), responsável pela área.

Um levantamento do aplicativo Fogo Cruzado mostra que no período de um ano, o número de tiroteios em áreas com UPP mais do que dobrou. São 180 confrontos registrados nos dois primeiros meses de 2017, contra 367 entre janeiro e fevereiro deste ano.

No mês passado, a Vila Kennedy registrou o maior número de tiroteios entre as 38 áreas com UPPs. Foram ao menos 27 disparos de arma de fogo, segundo o estudo. O projeto chegou à comunidade em 2014 motivado principalmente pelos altos índices de roubos na região. Nos últimos meses, a base e os agentes da UPP se tornaram alvo de criminosos e barricadas bloqueavam os acessos ao interior da favela.


Os conflitos frequentes levaram a comunidade a se tornar o laboratório da Intervenção Federal no Rio, com atuação de homens das Forças Armadas no território. Porém, como anunciado na última segunda-feira (19) pelo Gabinete de Intervenção, os militares devem deixar a comunidades nas próximas semanas.

A outra unidade que deverá ser extinta é a UPP do Batan. Instalada em 2009, ela é a única presente em área dominada por milícia.

Nos últimos 12 meses, as favelas com UPPs registram 1.985 tiroteios, segundo levantamento do Fogo Cruzado. São cerca de 165 disparos por mês nessas áreas.

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