Garis tentam retirar lixo, mas sofrem ameaças em Copacabana
Em meio à greve, prefeito diz que 'marginais travestidos de sindicalistas' espalharam lixo na cidade para 'promover caos'
Rio de Janeiro|Rafaela Oliveira*, do R7, com Agência Brasil
As ruas da cidade do Rio de Janeiro já acumulam lixo no terceiro dia da greve dos garis da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana). No entanto, os trabalhadores que tentaram recolher o lixo no bairro de Copacabana, na zona sul, sofreram ameaças na noite desta terça-feira (29).
Na ação de ontem, os garis comunicaram o ocorrido aos policiais militares do batalhão da região. Segundo a PM, os agentes fariam a escolta dos trabalhadores, mas eles resolveram encerrar as atividades.
O prefeito Eduardo Paes acusou “marginais travestidos de sindicalistas” de espalhar lixo pela cidade para promover o caos. Nas redes sociais, ele publicou vídeos de homens mascarados espalhando lixo pelas ruas Barata Ribeiro, Siqueira Campos e Figueiredo de Magalhães.
“Vejam o que eles fizeram ontem lá pelas 23hs! Simplesmente pegavam o lixo colocado pelos moradores para coleta e jogavam no meio da rua”, postou o prefeito, na manhã desta quarta-feira (30). “Temos as imagens – já encaminhadas à polícia – dos bandidos que agiram nessa madrugada”, confirmou.
Hoje, a Justiça do Trabalho fará uma audiência de conciliação, às 15h. Segundo o Siemaco-Rio (Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação), a reunião que estava agendada para amanhã foi antecipada devido ao "sucesso da greve".
Paes afirmou que tem conhecimento das necessidades dos trabalhadores da Comlurb e que a prefeitura está trabalhando para melhorar a remuneração da categoria. “Estamos organizando nossas finanças e não podemos agir de forma irresponsável”, disse.
Sem reajuste salarial há três anos, os garis pedem aumento de 25%. A Comlurb ofereceu apenas 5% nas negociações.
Como se trata de um serviço essencial, os garis precisam continuar recolhendo o lixo da cidade para a categoria não ser multada. No entanto, a Comlurb informou à Record TV Rio que a Justiça do Trabalho determinou o pagamento de R$ 400 mil pelo sindicato, valor referente aos dois dias de greve ilegal.
"O Tribunal Regional do Trabalho considerou gravíssimo o descumprimento da determinação de manter 100% do contingente da categoria trabalhando por tempo indeterminado e deu prazo de 48 horas para o pagamento da multa sob pena de execução", afirmou a companhia.
* Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa