Grupo organiza ato após morte de jovem em supermercado no Rio
Manifestação ocorrerá neste domingo (17) em frente ao estabelecimento na Barra da Tijuca, onde Pedro Gonzaga foi enforcado por segurança
Rio de Janeiro|Lucas França, do R7*
Uma manifestação foi marcada para o próximo domingo (17), na porta da filial de um hipermercado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde morreu Pedro Gonzaga, de 19 anos, após ser imobilizado por um segurança do estabelecimento com um golpe conhecido como "mata-leão".
De acordo com o ativista Raull Santiago, de 29 anos, o protesto foi marcado pelas redes sociais, com intuito de gerar uma discussão sobre violência.
“A gente espera que a rede arque com a indenização, com os custos da família e também que haja uma discussão a nível nacional sobre racismo no Brasil, sobre a violência contra a população negra”, disse Santiago.
O Extra, por meio da assessoria de imprensa, não comentou sobre a manifestação, mas afirmou que não irá se livrar das “responsabilidades diante do ocorrido” e tem “total interesse em esclarecer a situação o mais rápido possível”.
A rede de mercados ainda disse ter adotado a postura de colaborar com as autoridades e fornecer todas as informações disponíveis.
O caso
Na quinta (14), Pedro Gonzaga sofreu duas paradas cardiorrespiratórias após ser estrangulado pelo vigilante do supermercado. O Corpo de Bombeiro socorreu o jovem, que foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, ainda na Barra da Tijuca, mas não resistiu.
De acordo com a versão da empresa terceirizada, responsável pela segurança, o rapaz teria agredido o vigilante e tentado roubar a arma dele. Em um vídeo que circula nas redes sociais, várias pessoas pedem para o funcionário soltar o jovem.
O segurança foi levado até a 16ª DP (Barra da Tijuca) e posteriormente à DH-Capital (Delegacia de Homicídios). Após pagar a fiança, foi liberado e responderá por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Reação de amigos
Um dos amigos de Pedro Gonzaga, o promotor de eventos Rafael Costa, de 22 anos, lamentou o ocorrido, principalmente, pelo jovem ser pai de um bebê e disse ainda que considerou a ação do segurança "excessiva".
“O segurança era grande, sufocou totalmente meu amigo, que era muito magro. Estou sem dormir desde quando recebi a notícia da morte".
O amigo não comentou sobre um possível envolvimento de Pedro com as drogas, mas afirmou ter ajudado o rapaz "depois que ele entrou em um momento difícil."
Entenda:
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira