João Pedro é homenageado no dia em que completaria 15 anos
Mãe e primo lembraram adolescente morto dentro de casa durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, há um mês
Rio de Janeiro|Do R7
O menino João Pedro, morto dentro de casa durante uma operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, foi homenageado por familiares nas redes sociais nesta terça-feira (23), dia em que completaria 15 anos.
A mãe do adolescente, Rafaela Soares, escreveu uma mensagem, acompanhada de fotos de diferentes fases do filho, em uma página:
"Hoje você completaria 15 anos, infelizmente seus sonhos foram interrompidos. Peço a Deus que continue nos dando forças, pois a cada dia, a cada data comemorativa a dor só aumenta e a sua ausência nos faz muito mal. Agradeço a Deus pelo privilégio de ter sido escolhida para ser a sua mãe, aquela que cuidou e amou até aonde foi permitido. Agradeço a todos que tem nos ajudado nesse momento tão difícil, não tenho palavras, que Deus abençoe todos vocês. João Pedro para sempre em nossos corações."
Um dos primos do adolescente também compartilhou a mensagem de Rafaela com hashtag “Justiça para João Pedro”, já que, após um mês, o caso segue sem respostas.
Na segunda (22), o núcleo de jornalismo investigativo da Record TV teve acesso aos depoimentos e laudos do inquérito sobre a morte do adolescente. De acordo com os documentos, os depoimentos dos policiais que estavam no dia da operação apresentam contradições com as versões apresentadas pelas vítimas.
Além disso, os técnicos identificaram que a cena do crime não foi preservada, o que poderia prejudicar o resultado ou análise dos exames, pois possibilita a perda ou manipulação de vestígios do crime.
Na semana passada, o delegado Allan Duarte, responsável pela investigação, já havia sido afastado da reprodução simulada do caso, após a Polícia Civil confirmar que ele estava na comunidade no dia da operação que terminou com a morte do adolescente.
A defesa da família pede para que a investigação seja conduzida por um órgão independente, como o Ministério Público, e não por uma força de segurança envolvida na ação.