Jorge Picciani e mais dois vão para prisão onde está Sérgio Cabral
Parlamentares se entregaram nesta quinta-feira (16) à Polícia Federal
Rio de Janeiro|Juliana Moraes, do R7, com Estadão Conteúdo e Agência Brasil
Os deputados estaduais Paulo Melo (PMDB), Edson Albertassi (PMDB) e Jorge Picciani,que é presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), foram encaminhados para a cadeia pública José Frederico Marques, localizada em Benfica, na capital fluminense, onde está preso o ex-governador Sérgio Cabral.
Nesta sexta-feira (16), a Alerj vai analisar a decisão dos desembargadores do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) que mandou o trio para trás das grades. A sessão que vai confirmar ou anular as prisões deve acontecer às 15h.
No início da noite, um oficial de Justiça entregou à secretaria da Alerj o comunicado sobre as ordens de prisão de Picciani, Melo e Albertassi, decididas horas antes pelo Tribunal.
Os parlamentares foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por uso da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e são investigados na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato.
Picciani se entregou às 16h43 na sede da Superintendência da PF (Polícia Federal) no Rio de Janeiro. Melo e Albertassi também se entregaram na sede da PF, às 17h e às 17h55, respectivamente.
Os peemedebistas são apontados como beneficiários de propinas milionárias pagas por empreiteiras e empresas de transporte público. Os três foram alvos da operação Cadeia Velha, deflagrada nesta terça-feira (14) pela PF e pelo MPF.
De acordo com as investigações, o esquema de corrupção movimentou cerca de R$ 350 milhões entre 2010 e 2016.
Outros lados
O advogado de Picciani, Nélio Machado, disse que a decisão do TRF-2 foi inconstitucional. A defesa alegou que o parlamentar é inocente. Leia abaixo:
"Considero que foi uma decisão incorreta, do ponto de vista constitucional. Os tribunais acertam e erram. Eu acho que o tribunal errou. Ele não pode decretar uma prisão preventiva, ele pode, num caso de flagrante ou prisão, comunicar imediatamente. Criou-se uma situação anômala, que não tem previsão clara na lei de regência, nem na Constituição Federal nem na Constituição do Rio de Janeiro".
A assessoria do deputado Albertassi afirmou que o parlamentar confia na justiça e que vai "provar sua inocência". Leia abaixo:
"Certo de que vai provar sua inocência, o deputado Edson Albertassi aguarda com tranquilidade a decisão do plenário da Assembleia Legislativa. Albertassi sempre exerceu seu mandato parlamentar com seriedade e espirito público e seus colegas no parlamento sabem disso. Albertassi confia na justiça e estará sempre à disposição para esclarecer os fatos".
Por meio de nota divulgada à imprensa, Melo afirmou:
"Mesmo acreditando ser injusta, o dever de qualquer cidadão é cumprir a decisão judicial. Lamento profundamente, mas tenho a convicção de que, ao analisar os documentos com tranquilidade no decorrer do processo, os desembargadores irão notar a inexistência de qualquer ilegalidade praticada e verão claramente a minha inocência. Não há, na medida cautelar, qualquer prova que aponte para o meu desvio de conduta. Volto a repetir: uma simples análise no meu trabalho como parlamentar bastará para provar que sempre votei contra a pauta dos empresários do transportes no Rio e defendi os interesses dos passageiros".
Assista à reportagem O Rio de Janeiro na Lama, do Jornal da Record: