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Justiça do Rio nega liberdade para ex-governador Pezão

Preso em novembro de 2018, Luiz Fernando Pezão é investigado por dar continuidade ao esquema de corrupção de Cabral no governo estadual

Rio de Janeiro|Karolaine Silva, do R7*

Ex-governador foi preso em novembro de 2018
Ex-governador foi preso em novembro de 2018

A Primeira Turma Especializada do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2º Região) negou, por unanimidade, nesta quarta-feira (20), os pedidos de habeas corpus para o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão e o ex-subsecretário de comunicação Marcelo Amorim, marido de uma sobrinha do político. Presos na operação Boca de Lobo, em novembro do ano passado, os dois respondem por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. 

Os crimes estão relacionados a pagamentos de quase R$ 40 milhões em propina para Pezão e outros acusados, de acordo com o MPF (Ministério Público Federal).

Leia mais: Com Pezão preso, fica exposta a política 'arrasada' no Rio

Na mesma sessão, a maioria do colegiado concedeu liberdade aos empresários Cesar Amorim e Luiz Fernando Amorim, da empresa High End Home Theater, também investigados na Boca de Lobo. 


Os irmãos devem entregar os passaportes em até 48 horas e comparecer em juízo a cada 60 dias. A Justiça ainda proibiu os dois de manter contato com colaboradores e outras testemunhas no processo.

Segundo as investigações, os empresários pertenceriam à organização criminosa atuando na lavagem de capitais. No entanto, o advogado dos acusados, Fernando Augusto Fernandes, alegou que não havia provas para manter a prisão.


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“O TRF2 reconheceu não haver elemento suficiente para manutenção das prisões, que foi injusta. Cesar não é membro de organização criminosa nem realizou lavagem de capitais.”

Operação Boca de Lobo


Desdobramento da Lava Jato no Rio, a operação Boca de Lobo foi deflagrada em novembro de 2018. A ação, que prendeu Luiz Fernando Pezão durante o exercício do mandato, foi autorizada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Além do ex-governador, outras 14 pessoas foram denunciadas pela PGR (Procuradoria Geral da República).

De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, Pezão deu continuidade ao esquema de corrupção chefiado pelo antecessor, Sérgio Cabral, durante a gestão dele no governo estadual. Quase R$ 40 milhões teriam sido desviados de contratos com o governo do Estado, incluindo aqueles com recursos federais, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

A investigação teve como base a delação premiada do operador financeiro de Cabral, Carlos Miranda. 

O R7 tenta contato com as defesas dos outros citados na reportagem. 

*Estagiária do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira 

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