Médica diz ter sido agredida após tentar interromper festa no Rio
Ticy Azambruja, que trabalha na linha de frente contra covid-19, disse policiais estão entre os agressores e que bombeiros negaram socorro
Rio de Janeiro|Vinícius Andrade, do R7*
Em meio à pandemia do novo coronavírus, uma médica relatou nas redes sociais ter sido agredida por cinco homens ao tentar interromper uma festa no último sábado (30), no Grajaú, zona norte do Rio.
No próprio perfil, Ticy Azambruja, que trabalha na linha de frente contra a covid-19, disse ter danificado um veículo que estava estacionado em frente ao local ao chegar em casa do plantão. A médica disse ter tomado a "atitude impensada", após não só ela como a vizinhança tentar denunciar à polícia o evento que ocorria há três dias por aglomeração e perturbação sonora.
“Quebrei o retrovisor e trinquei o para-brisas de um dos carros parados irregularmente na calçada. Depois cinco marmanjos saíram e me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Me enforcaram até desmaiar. Me jogaram no chão e me chutaram”, relatou na publicação.
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A mulher afirmou que quando acordou pediu ajuda para os bombeiros da rua Marechal Jofre, mas que eles não prestaram socorro.
“Riram de mim e disseram que meu lugar era apanhando no chão”.
Ticy foi levada por vizinhos para o hospital Rios D'or, em Jacarepaguá, na zona oeste. A médica fraturou o joelho, além de ter ficado com os pés, a mão e o rosto inchados.
A médica disse que a Polícia Militar só apareceu depois que o carro foi danificado. Ainda segundo ela, o dono do veículo e um dos proprietários da casa, que seriam policiais, participaram da agressão.
Procurada, a PM informou que homens do 6ºBPM (Tijuca) foram acionados para duas ocorrências em horários diferentes no local.
A primeira sobre os danos no veículo e as agressões. Já a segunda ocorrência, comunicada um pouco mais tarde, foi para verificar uma denúncia sobre realização de uma festa numa casa na mesma rua e que,"por infringir as determinações do decreto governamental de isolamento social, o evento foi encerrado".
A Corregedoria da Polícia Militar afirmou que está à disposição dos cidadãos para receber e apurar denúncias.
Em nota, a Corregedoria do Corpo de Bombeiros confirmou que vai abrir procedimento interno para apurar o caso.
*Estagiário do R7,sob supervisão de Bruna Oliveira