Médico francês é condenado pela Justiça do Rio por injúria racial contra porteiro

A Justiça do Rio de Janeiro condenou o médico francês Gilles David Teboul a dois anos, dois meses e 15 dias de reclusão pelo crime de injúria racial contra o porteiro Reginaldo Silva de Lima, cometido em Copacabana, na zona sul, em junho deste ano.

A sentença do juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Capital, deve ser cumprida inicialmente em regime semiaberto. Além disso, o magistrado determinou que o culpado pague 20 dias-multa, corresponde a cinco salários mínimos acrescidos de correção monetária, bem como as despesas do processo.

A pena também dispõe que Gilles não pode se aproximar de Reginaldo sob qualquer pretexto ou se ausentar do Brasil.

Na decisão, o juiz considerou que "a existência do racismo que impregna nossa sociedade vai muito além da mera negativa por parte do acusado e das alegações vagas, como a de ter amigos negros".

Além disso, segundo o magistrado, o réu ressaltou em diversos momentos sua condição de médico formado na França, o que, para Nicolau, demonstra um "nítido senso de superioridade à vítima".

O caso ocorreu no último dia 26 de junho. Gilles teria reclamado do mau funcionamento do elevador do edifício e, segundo testemunhas, passou a se dirigir ao porteiro agressivamente, o que pode ser visto nas imagens das câmeras de segurança do local.

Na ocasião, Reginaldo, que é negro, afirmou, em entrevista à Record TV, que o francês lhe ameaçou e ofendeu com palavras racistas. Segundo a Justiça, o porteiro foi chamado de "macaco fedorento" e teve sua capacidade profissional questionada.

*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa