Ministério Público e PM cumprem mandados de prisão contra policiais
Agentes são suspeitos de receber dinheiro e vender armas para traficantes
Rio de Janeiro|Juliana Valente, do R7
O MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), em parceria com a Polícia Militar, realiza na manhã desta quinta-feira (30) a Operação Dark of the City. O objetivo da ação é cumprir 39 mandados de prisão preventiva contra 16 PMs lotados no Batalhão de Niterói (12º BPM), de São Gonçalo (7º BPM), de Itaboraí (35º BPM) e no BPChoque (Batalhão de Polícia de Choque). De acordo com o MP, esses agentes formam uma organização criminosa que pratica crimes em diversas localidades de Niterói, região metropolitana do Rio.
Segundo as investigações, os PMs são suspeitos de receber dinheiro para não reprimir o tráfico de drogas na região. Essa pratica é conhecido como "arrego". Além disso, segundo a denúncia, os agentes vendiam aos traficantes armas que, eventualmente, eram apreendidas em operações policiais. O órgão informou ainda que os PMs recebiam informações sobre atividades ilícitas praticadas por outros traficantes para que assim eles pudessem localizá-los e praticarem extorsão.
Além dos policiais, os agentes cumprem também mandados de prisão contra 20 suspeitos de tráfico de drogas e outros três suspeitos de serem informantes do tráfico. Segundo a MP, eles atuam nas comunidades do Sapê, Badu, Largo da Batalha, Morro da Cocada, Bromélia, Morro do Céu, Barraca Azul, Caju, Ponte Amarela, Mirante, Lajão e Complexo do Caramujo. Ainda de acordo com o órgão, quatro deles já estão presos pela prática de outros crimes.
A operação visa também o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos e, no caso dos policiais, em seus carros, viaturas e armários do batalhão. Dos 16 PMs alvos dessa operação, quatro já se encontram presos. Dentre eles, dois foram detidos na operação Calabar, realizada em junho deste ano.
Segundo o MP, um dos chefes dessa organização criminosa seria Julio Cesar Silva Cardoso, conhecido como Nhanhão. De acordo com a denúncia, ele que determinava a quais policiais seria pago o "arrego". Entre os investigados também está Pedro Paulo Matheus Gremion, o Sagaz, que, de acordo com o órgão, mesmo preso em Bangu 3, continua a ocupar o cargo de chefe do tráfico de drogas nas localidades Carobinha e Santa Luzia, em Niterói.
Com base nas investigações, os PMs foram acusados pelo MPRJ pelos crimes de organização criminosa para a prática de tráfico de armas, corrupção passiva, prevaricação, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. E os 23 civis foram denunciados por organização criminosa para prática de tráfico de entorpecentes e de armas, roubos, receptação e corrupção ativa.