MP e polícia fazem ação contra fraudes na Câmara de Petrópolis
Presidente da casa e vereador são suspeitos de se beneficiar em contratos públicos; procuradores analisam irregularidades em campanhas eleitorais
Rio de Janeiro|Agência Brasil
O Ministério Público Estadual e a Polícia Civil cumprem nesta quinta-feira (12) dois mandados de prisão preventiva contra o presidente da Câmara Municipal e um vereador de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro. O presidente Paulo Igor da Silva Carelli e o vereador Luiz Eduardo Francisco da Silva, o Dudu, são acusados de fraude em licitação e de se beneficiar com contratos públicos.
Segundo denúncia do MP, Paulo Carelli, com auxílio de outras pessoas, combinou com um empresário uma forma de direcionar uma licitação em 2011 para a empresa Elfe Soluções e Serviços, que gerou contrato de R$ 4,49 milhões.
Ainda segundo a denúncia, o contrato consistia na prestação de serviços de limpeza, conservação, higienização, reprografia, vigia, jardinagem, copeiragem, recepção, telefonia, motorista, manutenção predial e operação de áudio e vídeo, além de fornecer todos os materiais de consumo, equipamentos e insumos necessários para as atividades dentro da Câmara Municipal pelo período de 12 meses, a contar do dia 1º de janeiro de 2012.
Irregularidades
Além da ausência de publicidade no processo de licitação, o TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) apontou outras irregularidades. Segundo o tribunal, também foi identificado sobrepreço total de 25% na licitação.
Para o MP, as diversas ilegalidades praticadas durante o procedimento licitatório tinham como meta afastar o caráter competitivo do ato para direcionar a concorrência em favor da empresa do empresário Wilson da Costa Ritto Filho, conhecido como Júnior, proprietário da Elfe Soluções. Ele seria amigo dos vereadores Paulo Carelli e Dudu.
Ainda segundo o Ministério Público do Estado do Rio, Júnior foi responsável por financiar, por meio de doações, mais de 90% das campanhas eleitorais de Dudu para a Câmara de Vereadores em 2008 e para deputado estadual, em 2010.
Júnior também foi denunciado, junto com Paulo Carelli, Dudu e outras cinco pessoas, entre funcionários da Câmara e empresários.