MPF cobra restituição de R$ 7,5 bilhões em operação contra doleiros
Mais de R$ 1 milhão eram movimentados diariamente por dois dos envolvidos; movimentações ilícitas aconteciam dentro e fora do país;
Rio de Janeiro|Tiago Bruno, do R7*
O MPF (Ministério Público Federal), a Polícia Federal e a Receita Federal realizam nesta quinta-feira (3) uma operação, denominada “Câmbio, desligo”, que conta o apoio de autoridades uruguaias, e que visa desarticular um esquema de movimentação de valores ilegais no Brasil e também fora do país.
Ao todo, foram emitidos 43 mandados de prisão preventiva contra doleiros, que serão cumpridos no Uruguai e nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, e 51 mandados de busca e apreensão. A prisão preventiva de operadores financeiros foi determinada, com o intuito de garantir a efetividade das ações.
Delação premiada
As investigações contaram com informações da delação premiada dos doleiros Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio Barboza, conhecido como Tony ou Peter, presos em 2017 no Uruguai. Entre os períodos de 2010 e 2016, os dois possuíam um volume diário de operações de aproximadamente R$ 1 milhão. Em um sistema informatizado que utilizavam, foram encontradas mais de 3 mil offshores relacionadas, com contas em 52 países, e transações que somavam juntas mais de R$ 1,6 bilhão de dólares.
De acordo com as mesmas delações, foi possível para os investigadores compreenderem melhor o papel de Dario Messer, que teve um mandado de prisão expedido em seu nome e que recebia 60% dos lucros das operações de câmbio, pois era o responsável por dar respaldo às operações com seu nome e também por captar clientes.
Foram solicitados também o sequestro e arresto de bens e valores para restituição dos valores movimentados ilicitamente, que somavam R$ 3,7 bilhões, e pela reparação de danos morais, totalizando em R$ 7,5 bilhões os valores pedidos.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.