"Não deu para salvar nada", diz um dos 41 moradores que tiveram imóveis afetados na explosão
Mauro Lopes afirma que não conseguiu salvar nem os documentos
Rio de Janeiro|Do R7
Um dos 41 moradores que tiveram seus imóveis afetados pela explosão que aconteceu na madruga desta segunda-feira (19) em São Cristóvão, na zona norte do Rio, o entregador Mauro Lopes afirma que não teve tempo de salvar nada durante o acidente.
— No deu pra salvar nada, nem documentos. Tudo eu perdi.
Mauro é filho do idoso que foi liberado no final da tarde desta segunda (19) do hospital Souza Aguiar. O entregador afirma que durante a explosão pensou que iria perder o pai, mas ao perceber que o senhor de 84 anos estava fora de perigo, Mauro acredita ter sido um milagre não haver vítimas fatais no acidente.
— Uma explosão dessa não era pra ter sobrado ninguém, para a gente foi um milagre.
Morador da vila há dois anos, Mauro diz que já ouviu reclamações sobre o cheiro de gás em um dos estabelecimentos. A principal hipótese para a explosão é o vazamento de gás de botijão. O dono da pizzaria admitiu que fazia uso desse tipo de gás, mas os bombeiros também recolheram botijões no local onde havia quitinetes.
A explosão destruiu uma farmácia, parte de uma vila residencial e uma pizzaria — ao todo, 13 imóveis tiveram problemas estruturais. Segundo a Prefeitura do Rio, alguns já haviam sido demolidos por volta das 18h50 desta segunda. No total, 54 imóveis foram interditados pela Defesa Civil. A SMDS (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social) diz que 41 moradores ficaram fora de casa por conta da explosão. Apenas um aceitou ser acolhida na rede de proteção da Prefeitura do Rio. Em nota, a prefeitura afirmou que "assim que os riscos forem eliminados e que a Defesa Civil realizar nova vistoria nos locais, os moradores e funcionários dos estabelecimentos comerciais poderão retornar".
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso e a perícia está sendo realizada. Nesta tarde, 13 pessoas foram ouvidas. Testemunhas, vítimas da explosão e donos dos estabelecimentos comerciais prestaram depoimentos na delegacia de São Cristóvão (17ª DP). Imagens de câmera de segurança poderão ajudar nas investigações.
As equipes operacionais da prefeitura continuarão o trabalho no local da explosão até a manhã desta terça (20). Mais de 150 agentes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Guarda Municipal, Cet-Rio, Comlurb, Rioluz, e das secretarias municipais de Conservação e Serviços Públicos, Desenvolvimento Social e Ordem Pública.
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