"O caso não foi encerrado", diz delegado sobre morte de Marielle
Prisão de dois acusados de matar vereadora e seu motorista concluíram primeira fase de investigação, segundo Giniton Lages, da DH
Rio de Janeiro|PH Rosa, do R7
Após a prisão de dois ex-policiais militares acusados da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, a investigação do crime entra em uma nova fase, segundo o delegado Giniton Lages, responsável pela Delegacia de Homicídios da Capital, no Rio de Janeiro. Durante coletiva no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, sede do governo Estadual, ele disse que o caso sempre foi prioridade da especializada e que ela segue trabalhando no caso.
“O que a Polícia Civil entrega hoje é a primeira fase, nada foi encerrado. A gente vai entrar em uma fase ainda mais difícil e não podemos errar”, disse o delegado.
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Lages apresentou na coletiva dados técnicos da investigação, que contou com 47 policiais trabalhando exclusivamente neste caso. Durante o ano de investigação, foram gerados 29 volumes de trabalho, que são pastas com mais de 200 páginas de conteúdo sobre a investigação. Cerca de 16 volumes são de quebras de sigilo e atividades de inteligência. Também foram recolhidos 760 GB de imagens e dados que auxiliaram na investigação.
Um dos pontos que dificultou a investigação foi a impossibilidade de as testemunhas que estavam próximo ao local do crime reconhecerem os suspeitos. De acordo com o delegado, três pessoas que viram a execução não podiam identificar os acusados porque eles estavam com capuz e camisa de manga comprida.
“As testemunhas não conseguem reconhecer os suspeitos porque eles não saíram do carro”.
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O governador Wilson Witzel, que também participou da coletiva e parabenizou o trabalho da polícia civil, destacando que a demora no resultado foi devido ao “sucateamento” da corporação.
Segunda fase
Algumas respostas ainda seguem em aberto e, segundo Lages, ficarão para a segunda fase da investigação, que já foi iniciada. Nessa etapa, os investigadores pretendem descobrir a motivação, o mandante e o destino do carro que foi usado pelo atirador.
O titular da DH também afirmou que nenhuma das linhas de investigação apontadas anteriormente pela imprensa será descartada, mas também não confirmou nenhuma delas.