Pai de Jairinho diz que Henry não tinha lesões e que laudo é falso
O coronel Jairo disse, em depoimento, que foram produzidos cerca de seis laudos, o último deles 44 dias após a morte do menino
Rio de Janeiro|Márcio Mendes e Rafaela Oliveira, do R7*, com Fernanda Macedo, da Record TV Rio
O coronel Jairo de Souza Santos, pai do ex-vereador Jairinho, em audiência nesta terça-feira (14), afirmou que o corpo do menino Henry Borel não tinha lesões, como apontou a autópsia.
"Cheguei ao hospital, coloquei a mão no coração do Henry e comecei a orar. Nesse momento, vi que o corpo do menino não tinha machucados no rosto nem na parte da frente.”
Durante as perguntas do promotor, o coronel Jairo afirmou ainda que o laudo pericial "é falso". “Não sei de onde vieram as lesões apontadas na perícia”, disse. De acordo com ele, foram produzidos cerca de seis laudos sobre o caso, o último deles 44 dias após a morte do menino.
Ao ser indagado sobre as agressões sofridas por Henry, o coronel Jairo respondeu: "Nunca ninguém disse isso. Esse assunto foi dito pela imprensa".
"Invadiram minha casa", diz tia de Jairinho
Herondina de Lourdes Fernandes, tia de Jairinho, foi a terceira testemunha a ser ouvida na audiência. Segundo ela, no mês de abril policiais invadiram sua casa, em Bangu, para prender Jairinho e Monique.
Herondina disse que estava dormindo quando os policiais chegaram. Segundo ela, o portão foi arrombado. A tia declarou, ainda, que todo mundo sabia que Jairinho estava em casa e que não acredita que ele estivesse fugindo da polícia.
Herondina contou que no momento da prisão Jairinho estava em um quarto no 2º andar. Ela ressaltou que o delegado Henrique Damasceno, responsável pelas investigações, dissera ao sobrinho: "Eu falei que ia te pegar e te peguei!".
A tia do réu argumentou que, se os celulares tivessem sido jogados para fora da residência, os aparelhos ficariam em uma tela que dá para o jardim de inverno ou cairiam na rua, que estava cheia de profissionais da imprensa. Ao ser questionada se a polícia mentira sobre o fato de o casal ter tentado esconder os objetos, ela confirmou: "Com toda a certeza!".
"Minha casa virou um espetáculo", afirmou a parente, em referência a episódios em que sua casa é reconhecida por populares.
Procurada, a Polícia Civil disse que "o trabalho está concluído, as provas produzidas foram ratificadas pelo MP e pela Justiça, que decretou a prisão do casal pelo assassinato do menino Henry".
Amigo diz que Jairinho era "carinhoso"
Thiago Kwiatkowski Ribeiro, ex-vereador e atual conselheiro do Tribunal de Contas da cidade do Rio, confirmou ter conhecido Monique Medeiros na posse dos vereadores, no dia 1º de janeiro, além de ter ido uma vez ao apartamento do casal, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital. A visita teria acontecido no fim daquele mês ou no no início de fevereiro.
A testemunha explicou que conhecia Jairinho desde 2012 e que a ligação com o réu se tornou mais íntima ao longo do tempo e incluía almoços com amigos e familiares. "Primeiramente, era uma relação de trabalho, que passou a ser de amizade." Pai de uma menina de 2 anos e meio e com a esposa grávida de 6 meses, Thiago Ribeiro diz ter se surpreendido com o caso.
"Até hoje não consigo entender o que aconteceu. Não condiz com a figura que nós [vereadores] conhecemos ao longo desses nove anos. Dos 51 vereadores da Casa, Jairinho com certeza era um dos mais carinhosos", afirmou a testemunha.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa